quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Crítica: Matrix Reloaded | Um Filme dos Irmãos Wachowski (2003)


Algum tempo depois dos eventos ocorridos em “Matrix”, Neo (Keanu Reeves) demonstra que pode realmente ser o tão esperado Escolhido que pode salvar a raça humana de uma eminente extinção. Enquanto isso, a cidade Zion serve de reduto da resistência humana que espera receosa por um inevitável confronto com 250 mil sentinelas e se prepara para guerra.  Neo, Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie Anie-Moss) buscam respostas no Oráculo que os aconselham a encontrar o Chaveiro (Randal Duk Kim), refém de um antigo programa chamado Merovíngio (Lambert Wilson) pode ser a salvação esperada. Porem, os constantes sonhos de Neo que retratam a morte de Trinity passam a deixa-lo preocupado e, como se não bastasse, o Agente Smith (Hugo Weaving) retorna da eliminação tão perigoso quanto antes. “Matrix: Reloaded” (The Matrix Reloaded, 2003) é uma produção de sci-fi e ação escrita e dirigida por Lilly e Lana Wachowski. Sequência do fenômeno de crítica e bilheteria intitulado “Matrix”, de 1999, essa produção é o segundo episódio de uma trilogia encerrada com “Matrix: Revolutions”, também de 2003 (o segundo e terceiro episódio foram filmados simultaneamente e lançados com um breve espaço de tempo). Erguido sobre a expectativa de trazer respostas aos fãs, “Matrix: Reloaded” é recheado de mais questionamentos de solução adiada, cenas de ação utópicas e uma descida mais íngreme ao universo de “Matrix”.


Matrix: Reloaded” é entre muitas coisas, a intensificação de muito do que foi visto em “Matrix”. Recheado de inúmeras referências religiosas de diferentes naturezas, cenas de ação frenéticas e muitos efeitos visuais impressionantes, essa produção ganha contornos de exagero em seu enredo para responder perguntas deixadas por seu primeiro episódio e se manter em alta entre os fãs. Porém Lilly e Lana Wachowski apresentam uma proposta mais voltada em desmistificar narrativamente algumas crenças dadas como certas pelo público, ao mesmo tempo em que leva os espectadores a se aprofundar na mitologia criada pelos próprios cineastas. Transitando entre a realidade pós-apocalíptica deixada pelo domínio das máquinas e a mundo virtual da Matrix, o espectador é surpreendido com revelações dadas pelo Oráculo (Gloria Foster); contemplado com o renascimento do Agente Smith (Hugo Weaving) e o surgimento consequente de um arqui-inimigo pelo mesmo; a apresentação de novos personagens de diferentes lados como Merovíngio (Lambert Wilson), o guardião do Oráculo, Seraph (Colin Chou), a capitã Niobe (Jada Pinkett Smith), entre outros mais que desempenham papéis imprescindíveis dentro do enredo. É uma pena que “Matrix: Reloaded” é muito lembrado como uma sequência ruim devido ao fato da superioridade de seu antecessor. Entretanto, seus méritos estão presentes na possível proporção que o tempo permite, sem soluções fáceis ou respostas desconectadas de sua proposta.

Matrix: Reloaded” é uma gratificante viagem na qual o espectador acompanha e divide a cruzada de autoconhecimento e fé proposta ao personagem de Keanu Reeves, ao mesmo tempo em que vê as expectativas em volta de Morpheus (Lawrence Fishburne) sendo rescrita em outras palavras. Na época de seu lançamento, aturdido pelo seu grandioso espetáculo marcial e pirotécnico, além dos efeitos visuais que possibilitaram sua realização, eu acabei tendo a impressão errada do seu resultado. Mas quando o reprisei novamente a pouco tempo atrás com as expectativas mais acertadas, pude perceber melhor o potencial de sua proposta.

Nota:  8/10

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