sexta-feira, 20 de abril de 2018

Crítica: Nem Tudo é o que Parece | Um Filme de Matthew Vaughn (2004)


Um ganancioso criminoso (Daniel Craig) fez fortuna negociando cocaína e ecstasy como se fosse um produto qualquer, sem jamais precisar sujar suas mãos ou abrir mão de seu anonimato. Mesmo jovem, ele pensa em se aposentar para poder aproveitar o dinheiro que já ganhou, mas antes precisa prestar alguns favores a Jimmy Price (Kenneth Cranham), um chefão do crime local. Um dos favores é encontrar a filha de Eddie Temple (Michael Gambom), um perigoso criminoso e o outro é que negocie um carregamento de ectasy, onde precisa encontrar um comprador para a droga. Esperançoso que essa prestação de favores seja a última barreira para a sua aposentadoria, logo vê que também podem ser o mal que a vida toda que ele procurou evitar. “Nem Tudo é o que Parece” (Layer Cake, 2004) é um longa-metragem de crime escrito por J.J. Connolly (baseado em sua obra literária) e dirigido por de Matthew Vaughn (na época constante colaborador do cineasta Guy Ritchie).  A princípio, Guy Ritchie iria dirigir essa produção, mas o diretor desistiu em virtude de problemas de agenda onde Matthew Vaughn assume a primeira direção de longa-metragem. Filme revelação do astro Daniel Craig, essa produção tem muita das características que marcaram o trabalho de Ritchie, mas não possui o mesmo charme e um punhado de outras qualidades que alçaram o Guy Ritchie ao sucesso.


Nem Tudo é o que Parece” é inteligente, amarrado e tem boas atuações. Seu enredo que se passa no submundo do crime Britânico, está repleto de personagens interessantes bem distribuídos no desenvolvimento da trama. Municiado de algum humor negro, cenas de violência e várias tramoias que se desenvolvem nos bastidores do crime, o filme segue a mesma linha de filmes que Matthew Vaughn passou a produzir para Guy Ritchie ao longo dos anos. Porém sua postura atrás das câmeras é mais contida, seguindo um método mais burocrático na hora de contar uma história, ao não agregar um toque autoral ao trabalho. Se a trama tinha a cara da filmografia de Guy Ritchie até aquele momento, a forma como ela se desenvolveu na tela não. Vaughn segue uma espécie de cartilha para se fazer um bom trabalho e não muda uma vírgula do leitorado. Mesmo assim, Matthew Vaughn apresenta um filme funcional, detentor de boas passagens e que prende a atenção do espectador que aprecia uma história pouco colorida. O filme cumpre a sua proposta e proporciona um bom inicio de carreira para o cineasta, que anos depois conseguiu emplacar filmes curiosos e majestosos sucessos de bilheteria. Sendo assim, “Nem Tudo é o que Parece” é um bom filme para quem gosta do gênero no qual se encaixa e um bom passatempo.

Nota:  7/10

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