quarta-feira, 26 de julho de 2017

Crítica: Transformers: O Último Cavaleiro | Um Filme de Michael Bay (2017)


Em meio à guerra entre Autobots e Decepticons, a raça humana vive com medo da crescente invasão de robôs alienígenas. Enquanto uma pequena parcela de humanos que simpatizam com a presente necessidade de ajudar os Autobots, que agora sem a liderança de Optimus Prime que viajou para o espaço, os que permaneceram se desdobram no planeta diante de constantes perseguições das autoridades e embates com os perigosos Decepticons. Enquanto isso um plano de destruir a terra para reconstruir Cybertron é articulado no espaço por uma força sombria maior, que está diretamente ligada a criação dos Transformers. Em um cenário de guerra inflamada, a chave para salvação da humanidade acaba se mostrando em seu passado, em sua história esquecida e em segredos enterrados há muito tempo. “Transformers: O Último Cavaleiro” (Transformers: The Last Kinght, 2017) é uma produção estadunidense de ação e ficção científica baseado nos personagens da Hasbro. Dirigida por Michael Bay, esse é o quinto filme dirigido pelo diretor, que amplia ainda mais as dimensões gigantescas da produção que não para de crescer desde seu inicio em 2007, sucateia nomes familiares de astros da franquia como Mark Wahlberg, John Turturro e Josh Duhamel e que decididamente se afunda na completa mediocridade ao apresentar um dos piores blockbusters desse ano.

Transformers: O Último Cavaleiro” é de uma artificialidade perturbadora. Embora as tramas de seus antecessores nunca tivessem um texto primoroso, um enredo bem explorado ou personagens humanos realmente gratificantes que rivalizassem com o brilhantismo do visual que os personagens da Hasbro eram capazes de proporcionar, essa mais recente obra ridiculariza tudo que já havia sido feito antes em termos de história. As três primeiras histórias tinham foco, enquanto essa trama é confusa, bagunçada, irritante e a maioria dos novos personagens humanos se mostram bastante apagados apesar do tempo de tela que foi conferido a eles (o par romântico de Mark Wahlberg com Isabela Moner não podia ser pior e a adição da órfã é um obstáculo da lógica). Além do mais, é impossível o espectador não se frustrar com o nível de caos que Bay adiciona ao tropeço enredo. As proporções épicas da trama atravessam milhares de anos e atropelam qualquer tentativa do espectador de condensar todo material que o roteiro mal costurado tenta sem sucesso emplacar. Em resumo, a história dessa produção é a mais pobre de toda franquia. O enorme número de roteiristas prejudicou o conjunto, que adicionou uma série de elementos mal explorados no espetáculo pirotécnico que essa produção apresenta com prioridade.

Embora Michael Bay seja comprovadamente um cineasta que domina a fórmula que o alçou ao sucesso, inexplicavelmente ele sabota a mesma, apenas para tirar algumas passagens de humor fácil e desnecessário (o joguete da trilha sonora que intensifica os acontecimentos é sabotado pelo roteiro e se mostra uma passagem constrangedora para o conjunto). Inclusive o humor tem se voltado para um público mais infantil, insultando um percentual significativo de espectadores. A ação monopolizada por efeitos visuais de primeira linha são mal orquestrados na montagem e cansativos pelo seu excesso, deixando um débito com o espectador pela falta de competência com que lida com seu maior atrativo. Ainda que uma boa parcela da ação encontre o derradeiro funcionamento, quando não é prejudicada pelas sucessivas sequências de ação marcadas de caos, o filme até atende ao desejo de entreter. Embora haja um desperdício desagradável dos recursos digitais, que se mostram fascinantes na construção dos personagens robóticos, mas que não compensam ou concertam as falhas gritantes de uma história rasa e sem atrativos. 

Ainda que “Transformers: O Último Cavaleiro” seja o mais movimentado, explosivo e épico filme da franquia até o presente momento (há um desinteressante gancho no final para um sexto episódio), Michael Bay deixa sua ligação com a franquia de forma decepcionante. Se por um lado “Transformers: A Era da Extinção” (2015) deixava alguns indícios do rumo vexaminoso que a franquia tomaria nos próximos filmes, dessa vez o diretor não deixa dúvidas sobre isso. Toda a sua desenvoltura e estética são desperdiçados em algo grandioso comercialmente e consequentemente superficial. Um dos piores filmes da franquia que nem as suas esperadas qualidades o salva de ser o lixo que se mostrou ser no final. Uma merda! Desculpem minha truculência, mas eu não achei que fossem ler esse texto até o final.

Nota:  3/10

4 comentários:

  1. Só assisti os filmes dessa saga que passaram na TV aberta. Nunca tive interesse em re-assistir nenhum deles ou ir atrás das sequências.

    Mas tu realmente espera que ninguém leia até o final do texto ? :P

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    1. Com certeza é a nota mais baixa que conferi a uma resenha específica. Desde sua introdução, eu não demonstrei muita animação com o resultado de Transformers: O Último Cavaleiro” e por isso achei uma boa oportunidade de fazer uma brincadeira com isso.

      Eu me revolto com a forma com que andam tratando os personagens da animação que tanto eu gostava de assistir quando criança. Embora os robôs sejam muito legais visualmente, bem mais interessantes do que se mostraram na animação, todo resto é horrível. Da história que inutiliza toda a mitologia criada na década de 80 aos diálogos patéticos e infantis, nada se salva em seu enredo.

      Lamento muito. O próximo me recuso a assistir até de graça.

      abraço

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  2. Optimus está mesmo sendo controlado e caberá a Bumblebee enfrentar o grandalhão. Os humanos estão em guerra com os robôs, parece um futuro distópico. Amei ver em Transformers a Isabela Moner, lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Desfrutei muito seu trabalho neste filme para crianças O que Será de Nozes cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom elenco.

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