quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Crítica: Guardiões da Galáxia | Um Filme de James Gunn (2014)


Em 1988, após a morte da mãe, o jovem Peter Quill (Chris Pratt) é raptado por um grupo de alienígenas. Esses alienígenas não passam de piratas espaciais e são liderados por Yondu Udonta (Michael Rooker). Duas décadas depois, Peter que agora é um aliado de seus sequestradores se lança em uma manobra sorrateira e rouba um precioso e poderoso artefato que quem o possui-lo pode dominar a galáxia. Sob o nariz de seus parceiros do crime, Peter o rouba com a pretensão de vendê-lo. Mas esse artefato também é o objeto de desejo de Ronan (Lee Pace), que está determinado a tê-lo para destruir o planeta Xandar. O que se inicia como uma caça a recompensas vem a frustrar o plano de Ronan, pois Peter une forças com um pequeno e excêntrico grupo de mercenários, onde a assassina Gamora (Zoe Saldana), o caçador de recompensas e mercenário, Rocket Racoon (com a voz de Bradley Cooper), seu amigo humanoide, Groot (Vin Diesel) e o vingativo Drax (Dave Bautista), passam a colaborar num plano para evitar que Ronan tenha o que deseja. “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy, 2014) é produção de aventura e ação pertencente ao universo da Marvel Comics. Produzido pela Marvel Studios, esse longa-metragem é adaptado e dirigido por James Gunn. Mesmo sendo mais supervalorizado do que impressionante, há uma dose considerável de genialidade em seu lançamento, que como grata consequência levou milhares de pessoas em 2014 aos cinemas para ver o resultado fazendo dessa produção um dos filmes da Marvel de maior sucesso.

Na fileira de produções da Marvel, “Guardiões da Galáxia” é uma surpresa para quem nunca ouviu falar de sua fonte nas HQs. E por assim dizer, visto por um olhar mais crítico pode se dizer que é uma produção tão arriscada quanto fascinante. Com história e personagens quase que desconhecidos do grande público, diferentemente de populares figuras da cultura pop como Hulk, Thor ou Capitão América, a Marvel apostou suas fichas e acertou em cheio na expansão cósmica de seus filmes. Saem de cenas os populares personagens e entra um pequeno grupo de incorrigíveis heróis envoltos em uma rede de intrigas politicamente incorreta. Essa reunião de um grupo de anti-heróis disfuncionais não poderia ter rendido uma transposição tão divertida quanto inesperada ao espectador comum, alheio as ramificações elaboradas do universo que a Marvel tem construído desde o primeiro filme do “Homem de Ferro”. Mesclando com um nível magistral de eficiência, que lança aos olhos dos espectadores todos os requintes típicos dos filmes do selo da Marvel, a ação, o humor e os personagens bem compostos que são permeados durante as poucas mais de duas horas de duração do filme, o cineasta e roteirista James Gunn casa bem com a proposta de cinema que a Marvel busca aos seus filmes e entrega um das melhores produções da produtora. Ainda que esteja conectada com todo trabalho feito até então nos filmes anteriores, “Guardiões da Galáxia” também funciona sem restrições como filme solo sem diminuir a experiência aos menos familiarizados. Funciona, e funciona bem. A trama reserva emoções, nostalgia, reviravoltas e várias surpresas, além dos costumeiros easter eggs.

E muito da funcionalidade dessa produção se deve ao entrosamento dos personagens em cena, onde atores pouco conhecidos como Chris Pratt, ou até mesmo Dave Bautista rendem cenas memoráveis de humor e diversão. Com um elenco de apoio de grandes nomes, o filme também conta com a presença de Benicio del Toro, Karen Gillan, Josh Brolin, Djimon Hounsou e John C. Reily. É quase impossível apontar com precisão o melhor personagem da trupe. Até mesmo o Guaxinim que leva apenas a voz de Bradley Cooper se destaca como diversão sem fazer esforço. Na verdade, tudo nessa produção é voltada para isso: divertir. Seja na aplicação de efeitos visuais que criam um espaço sideral visualmente fascinante e sequências de ação tão brilhantemente orquestradas como também incessantes. Um grande destaque se encontra na trilha sonora, que virou coletânea de culto de muitos cinéfilos após o lançamento do filme e tornou-se uma das trilhas sonoras mais vendidas em 2014. Por isso, “Guardiões da Galáxia” foi um risco assumido que deu certo. Tem o seu charme próprio, diferente dos demais filmes da Marvel, embora siga um punhado de regras de sucesso comprovado desse universo que não para de crescer.

Nota:  9/10