terça-feira, 29 de setembro de 2015

Crítica: 3 Dias para Matar | Um Filme de McG (2014)


Ethan Renner (Kevin Costner) é um veterano agente da CIA que descobre estar com uma doença terminal logo após uma desastrosa missão de campo. Afastado da CIA em função da doença que lhe confere poucos meses de vida, ele se dispõe a um último serviço oferecido pela agente Vivi Delay (Amber Heard) em troca de droga experimental que pode prolongar um pouco mais seus dias. O serviço: identificar e matar um perigoso traficante de armas alemão chamado o Lobo (Richard Sammel), que também foi o responsável pelo desastre de sua missão anterior, e que possivelmente Ethan é o único que pode reconhecer. Mas mesmo com essa difícil missão, seu maior temor está no processo de reconciliação com sua filha adolescente, Zooey (Hailee Steinfeld) a qual não via há muitos anos e precisa corrigir seus erros do passado como pai ausente porque o tempo é curto devido a sua condição física. "3 Dias para Matar” (3 Days For Kill, 2014) é um filme de ação escrito por Luc Besson e Adi Hasak e dirigido por McG (responsável pelos filmes “As Panteras” 1 e 2). Ainda que essa produção não ofereça nenhuma novidade ao tentar erguer um fiapo de história a um nível de excelência anos luz distante de ser materializado, curiosamente ela reserva ao mesmo tempo algumas surpresas.

Há duas formas de ver "3 Dias para Matar”:

1 - Parece ser: Um suspense de espionagem frenético, de roteiro internacional que passa pela Rússia e Paris e que tem como protagonista, um experiente ator de desempenho dramático, como também aparentemente preparado para cenas de perseguição e tiroteio no melhor estilo Busca Implacável. O trailer sugere isso, como o cartaz confere um tom de mistério típico dos suspenses de espionagem que possuem seus mistérios próprios (uma combinação de ideias que culmina no protagonista). Tanto o título, como o próprio enredo transparece a urgência da ação (apenas 3 dias) para que o mocinho descubra o paradeiro do vilão e salve o dia numa jornada de perigos e uma enxurrada de clichês hollywoodianos. Além disso, o herói ainda consegue fazer as pazes com seu passado ao buscar uma reconciliação com sua filha, o que disponibiliza uma dose de emoções dramáticas interessantes para um filme onde praticamente o espectador busca apenas ação e reviravoltas bem pontuadas por um condicionamento técnico arrojado.


2 - Realmente é: Se muito do que parece ser está presente na fórmula de sucesso dessa produção, uma coisa é certa: o trabalho do diretor, como a própria atuação do Kevin Costner está mais para comédia do que outra coisa. Toda violência estética e a brutalidade que se esperaria de um filme desses não só é suavizada pelo tom cômico com que é conduzida, como pode-se dizer que substitui esse aspecto. Se não dá para ficar impressionado com o a ação, que demostra um evidente destempero, pelo menos dá para tirar boas risadas do desconcerto da paternidade do agente Ethan Renner. Cenas como a que quando um dos capangas do grande vilão (um pai de três meninas que passou algumas cenas antes dando dicas de como educar filhas) pergunta para Ethan porque ele não o mata, a resposta traça o objetivo dessa produção. É apenas para divertir toda família. Embora tenha e siga uma série regras dos filmes aos quais se inspirou (ou por assim dizer, que Luc Besson está habituado a criar), o espectador precisa estar preparado para dar algumas boas risadas e esquecer uma infinidade de furos de roteiro e soluções surreais que conciliam a vida de um agente com o exercício da paternidade presente.

Por fim, “3 Dias para Matar” está longe de fazer justiça ao talento do astro Kevin Costner, ator ligado a filmes icônicos como “Dança com Lobos” (1990), “Robin Hood: O Príncipe dos Ladroes” (1991), “JFK” (1991) e “O Guarda-Costas” (1992), embora tenha todos os trejeitos de seu realizador, que oriundo do universo do vídeos musicais da moda, não deixa de cuidar da trilha sonora de seus filmes com o mesmo afinco do resto.

Nota:  6,5/10   
   

2 comentários:

  1. Trama meio "clichê"...

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    1. Bota clichê nisso Kleiton! Embora eu esperasse um filme diferente do que é, eu até simpatizei com o resultado. Mas infelizmente, isso também não esconde suas falhas.

      abraço

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