quinta-feira, 23 de julho de 2015

Crítica: Cidades de Papel | Um Filme de Jake Schreier (2015)


Quentin Jacobsen (Nat Wolff) é um jovem estudante que nutre há muitos anos uma espécie de paixão reprimida por sua vizinha Margo Roth Spielgeman (Cara Delevingne). Isso desde que se mudou para casa em frente à dela ainda quando era criança. Embora tenham sido muito amigos nessa época, muita coisa mudou de lá para cá. Ainda que se cruzem eventualmente nos corredores da escola, ou dividam a sala de aula em algumas matérias, o futuro do colegial reservou um destino bem diferente para os dois. Enquanto Margot é popular e descolada aos olhos dos estudantes do colégio, Quentin é apenas mais um nerd desinteressante do colegial. Porém, certa noite após muitos anos afastados ela invade inesperadamente a casa de Quentin pedindo ajuda para a execução de um plano de vingança contra seus atuais amigos que atraíram. E vingança concluída, curiosamente ela desaparece do mapa sem deixar recados. Entretanto, Quentin acredita que ela deixou um rastro de migalhas de pão, com pistas para ele a encontrar e impulsionado por sua paixão decide segui-las. Assim ele e seus leais amigos, Marcus (Justice Smith) e Ben (Austin Abrams) e algumas respectivas colaboradoras se lançam numa enlouquecida jornada na busca do paradeiro da desaparecida, e porque não dizer fugitiva paixão de Quentin Jacobsen. “Cidades de Papel” (Paper Tows, 2015) é um romance de aventura baseado no livro homônimo escrito por John Green (autor responsável pelo livro A Culpa é das Estrelas). Adaptado para o cinema por Scott Neustadler e Michael H. Weber e dirigido por Jake Schreier, essa produção está longe de ser um filme de ambições de prêmios, mas de uma busca gritante de repetir o sucesso do filme “A Culpa é das Estrelas”, que estreou em 2014 e também tem a assinatura do escritor norte-americano John Green. E considerando isso, é certo dizer que essa segunda incursão de Green nas telonas saiu tão certeira quanto esperado.


Cidades de Papel” é o desenvolvimento aprimorado do essencial. Não há excessos ou faltas, sendo em resumo um produto bem ajustado aos moldes de seu gênero. Obviamente que a intenção de Jake Schreier (como a dos próprios produtores) não é inovar, mas acima de qualquer coisa entregar um programa de entretenimento simpático aos sentidos, de ritmo empolgante e cheio de mistérios cativantes herdados de sua base literária. O filme fortemente conectado com fórmulas de sucesso comercial do gênero de filmes juvenis que oscilam entre romances platônicos e surpreendentes travessuras, Jake Schreier cumpre com a tarefa prioritária desse produto: agradar aos mais variados públicos (ainda que os jovens espectadores sejam o público-alvo). Mesmo que não faça nada de novo, essa produção é entregue de forma agradável e divertida. Ao aproveitar com imensa habilidade a sintonia de um elenco desconhecido do grande público, inserir boas passagens de humor e mistério, uma trilha sonora com canções de rock indie bem escolhidas que se destacam sem a necessidade de ensurdecer o espectador, “Cidades de Papel” é a reunião bem-sucedida de uma série de elementos providos de excelência. Trata-se de uma história bem contada com o auxilio de um conjunto técnico igualmente competente (direção de fotografia, arte e montagem simples, mas bem acabada). O filme consegue ser inspirador de um modo bem simples, profundo na medida certa e cativante aos conhecedores ou não da obra literária se mostrando uma transposição agradável. Por isso, “Cidades de Papel” dissipa boas ideias ao espectador sugerindo o descarte de felicidades planejadas de futuro e uma maior e bem-vinda valorização do presente que toca num bom par de temas familiares de relevância. Segundo o trabalho de Green, a felicidade se encontra nas pequenas coisas da vida, e que para nossa alegria, geralmente estão bem perto de você. E como já dizia aquele velho ditado: “Viva todos os dias como se fosse o último e trabalhe como se fosse viver eternamente”.

Nota:  7,5/10

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