sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Crítica: Vampiros de John Carpenter | Um Filme de John Carpenter (1998)


O que cineastas como Luc Besson e John Carpenter têm em comum? Todos são diretores que compõem uma pequena lista de cultuados realizadores que possuem filmes que tem em seus títulos a graça de seus nomes. A razão: em certos círculos, seus nomes são praticamente uma marca de boa aceitação e qualidade inatingível dentro da proposta que suas derradeiras filmografias se propõem. Seguros de sua reputação, audaciosamente inserem seus digníssimos nomes no título de seus trabalhos como forma de impulsionar o reconhecimento prévio de seus trabalhos com a pretensão de expandir a lucratividade de seus filmes. E um dos mais populares diretores de filmes B de todos os tempos, John Carpenter tem todo direito de se armar desse recurso forçado, sem que o deixe soando assim. “Vampiros de John Carpenter” (John Carpenter’s Vampires, 1998) é uma produção realizada pelo diretor norte-americano John Carpenter. Nascida do cruzamento de um filme de terror vampiresco com um faroeste incomum, resultante de uma ligeira adaptação da novela Vampire$ de John Steakley, esse longa-metragem tem essa curiosa característica de ter o nome de seu realizador assinada no título.  Com o roteiro de Don Jakoby e o próprio John Steakley, em sua trama acompanhamos um inusitado caçador de vampiros chamado Jack Crow (James Woods) a serviço do Vaticano, numa missão de impedir que o pai de todos os vampiros ache uma cruz que irá conferir aos vampiros o poder de caminhar sob a luz do sol e espalhar o medo sobre a Terra.


Vampiros de John Carpenter” é sensacional ao que se propõe. Ao mesmo tempo em que lança inúmeras homenagens aos filmes do gênero de modo respeitoso e com uma distinta veneração, fazendo bom uso da fórmula e das regras dadas como certas nos filmes de vampiro, também brinca com vários aspectos em volta dos imortais personagens de forma bem divertida e sem censuras. Carpenter é habilidoso em mesclar terror e bom humor em suas produções. Mestre de filmes do gênero (“Halloween”, Dark Star” e “Enigma do Outro Mundo), o diretor também tem outros filmes cult em seu currículo (“Fuga de Nova York” e “Aventureiros do Bairro Proibido”) que são verdadeiras pérolas do cinema B. O filme tem em seu elenco principal James Woods, Daniel Baldwin, Maximilian Schell e Thomas Ian Griffith. Com um protagonista divertidíssimo e detentor de um linguajar nada elegante interpretado por James Woods, uma trama simplista que só ela, uma dose de erotismo soft que não fere o orgulho de ninguém, muita violência encaixada com um clima de terror bem funcional e uma trilha sonora Hard Rock assinada pelo próprio diretor, “Vampiros de John Carpenter” é uma produção que cumpre o que promete. Esse filme trás ao espectador boas doses de diversão escapista típicas de filmes B, mas com certo charme raro nessa categoria. Embora seus vampiros não entrem para o rol de figuras memoráveis, esse filme não se tornou cult como alguns outros de sua responsabilidade. Sobretudo, essa produção não permite que seu realizador se envergonhe de ter a sua assinatura no título, oque pelo contrário, tem muito do que se orgulhar.

Nota:  7,5/10

2 comentários:

  1. O estilo de Carpenter é inconfundível. Mesmo não estando entre os melhores trabalhos do diretor, este "Vampiros" ainda é extremamente divertido.

    Poucos diretores tiveram uma sequência de filmes tão legais quanto Carpenter. De "Halloween" em 1978 até "Eles Vivem" de 1988, Carpenter fez vários grandes filmes, foram dez anos fantásticos.

    Abraço

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    1. Meu preferido: “Aventureiros do Bairro Proibido”. Esse é sem igual.

      abraços

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