quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Crítica: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça | Um Filme de Tim Burton (1999)


O ano é 1799. Em um pequeno vilarejo de Sleepy Hollow, seus moradores tem sofrido com uma onda crimes misteriosos e de contornos sobrenaturais. Para desvendar esses misteriosos crimes, o investigador Inchabod Crane (Johnny Depp) é enviado ao condado, que com técnicas estranhas de investigação, busca o responsável pelos assassinatos, onde as vítimas são decapitadas. Confuso com os fatos, a comunidade insiste em afirmar que o autor dos crimes é um cavaleiro de guerra sem cabeça (Christopher Walken) morto e escondido na floresta, que cavalga em busca de sua cabeça que foi decapitada em combate. E se já não bastasse esse improvável suspeito, Crane ainda tem que lidar com estranhos e sombrios sonhos sobre sua infância e sua mãe. No entanto nesse ambiente conturbado, ele acaba por conhecer a bela Katrina Van Tassel (Cristina Ricci) com quem desenvolve uma relação, de romance e dúvida, que colocará todo seu conhecimento à prova na busca desse sobrenatural assassino. "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" (Sleep Hollow, 1999) é um filme norte-americano baseado num conto de 1820 publicado por Whashington Irving. Dirigido pelo fantástico Tim Burton, essa produção foi a terceira colaboração entre o cineasta e o ator Johnny Depp (seu ator preferido) que mesmo não sendo uma das melhores empreitadas da dupla, está repleto de pontos positivos que proferem críticas elogiosas sobre seu resultado. E muitas de suas qualidades se mostram justamente nas categorias do Oscar 2000 as quais concorreu indicações (Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Figurino), o qual venceu na categoria de Melhor Direção de Arte merecidamente.


O filme materializa toda capacidade do cineasta Tim Burton de criar atmosferas sombrias, ao mesmo tempo elegantes, numa trama pouco envolvente para um público distanciado da cultura da qual sua base é composta. Mais do que tudo, "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" é um filme esteticamente bem cuidado e inegavelmente bonito, apesar das passagens sanguinolentas e mais pesadas que permeiam ocasionalmente a obra. Numa trama que balanceia um romance, uma investigação propriamente policial e uma dose terror sobrenatural, o resultado está distante de ser impecável, embora não seja de todo mal. Há uma boa apresentação de personagens, e uma condução interessante. Mas a progressão se torna um pouco confusa na infinidade de direções e reviravoltas da trama que tiram um pouco brilho do conjunto, já que as interpretações do elenco de apoio estelar dessa produção (Miranda Richardson, Michael Gambom, Casper Van Dien e Christopher Walken) somente veem a engrandecer as decorrentes deficiências da história, que por muitas vezes, certas passagens tiveram uma abordagem acelerada em comparação ao restante da obra. A trilha sonora de Danny Elfman tem seu mérito ao acentuar outras áreas técnicas da produção e engrandecer a climatização sombria do enredo, além de enfatizar momentos cruciais em volta de cenas de reviravolta e da tensão acerca dos personagens. Por fim, "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" é um filme indispensável da filmografia de Burton, tanto para ele próprio, quanto para seus fãs. Vários elementos aqui arquitetados nessa produção, foram aplicados de modo mais preciso em outras produções posteriores, como em "Alice no País das Maravilhas" (2010): efeitos bacanas em prol de um estilo singular de fazer cinema.

Nota: 7,5/10

4 comentários:

  1. Já olhei esse filme umas 3 vezes... gosto da história, apesar de não curtir muito a interpretação da Christina Ricci. De qualquer forma eu já assistiria pelo Johnny Depp e pelo Christopher Walken.

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    1. Verdade! Christopher Walken está sinistro de modo brilhante. Mas a história não me convence: Muita coisa no mesmo enredo sem uma abordagem concreta para o lado em que quer estar.

      bjus Fernanda

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  2. Gosto muito desse filme!
    Ele não tem nada demais, mas o clima e imersão que ele proporciona, eu gosto bastante!

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    1. Concordo Déh! A climatização é única como poucos da época. A floresta principalmente. Parece que todo as filmagens externas são cenários minimamente detalhados para ter harmonia com o enredo. Fabuloso!

      abraço

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