sexta-feira, 21 de junho de 2013

Crítica: O Novato | Um Filme de Roger Donaldson (2003)


Para quem já assistiu alguns thrillers como “Jogo de Espiões” ou “Dia de Treinamento”, e até mesmo “Insônia”, talvez não haja nada nesse longa intitulado “O Novato” (The Recruit, 2003) que irá surpreendê-lo. “O Novato” é recheado de truques de roteiro, para prender a atenção em meio a várias reviravoltas que a trama disponibiliza. Nem tudo funciona como deveria, e muito se atribui ao desgaste da aplicação da fórmula Mestre/Aluno de se fazer sucesso idealizado por roteiristas nos bastidores. No entanto, esse filme pode até agradar os menos críticos e inclusive divertir aqueles menos familiarizados com as pretensões do filme. Certamente, quanto menor sua taxa de conhecimento da proporção do filme, maior será sua surpresa quanto ao destino de seus protagonistas. Em uma trama onde que enfatiza frases como: “nada é o que parece ser” e “tudo é um teste”; o roteiro impulsiona James Clayton (Colin Farrel), focado em uma carreira na Dell, transformar-se em um jovem aspirante a agente da CIA, recrutado pelo misterioso Walter Burke (Al Pacino) um veterano da agência e instrutor de treinamento de novos agentes. Aos poucos, Clayton se vê rodeado em uma trama de espionagem, traição e mentiras, onde as palavras de seu persuasivo conselheiro fazem todo sentido do mundo.



Tanto Farrel quanto Pacino estão ótimos em seus papéis, dando a emoção necessária a seus personagens envoltos em dúvida e mistério. Enquanto Farrel procura uma aproximação com Pacino em busca de informações sobre o desaparecimento inexplicável de seu pai há muitos anos atrás, porque Pacino insinuou o tê-lo conhecido, o astro não responde nada e confunde ainda mais seu curioso recruta. E mesmo que Pacino apenas reinterprete o papel de “voz da experiência”, por sua filmografia repetitiva, seu talento sempre traz à tona momentos memoráveis de atuação, como quando convence Farrel, de que sua expulsão do campo de treinamento foi apenas uma aparente fraude, feita com segundas intenções, voltadas para uma missão muito importante que somente ele poderia desempenhar devido a um envolvimento romântico com uma propensa agente dupla chamada Layla (Brigdet Moynahan) que conheceu no treinamento.

Com direção de Roger Donaldson, de filmografia composta de sucessos como “O Inferno de Dante”, e outros filmes menos relevantes, mantém o clima de suspense e de ação necessária, requisitada ao gênero, bem produzido – as locações e métodos de treinamento aplicados pela CIA - e dando espaço até mesmo a homenagens bem humoradas como a feita aos filmes de James Bond. Hilária como poucas piadas acerca do ícone. Por fim, “O Novato” é um bom filme; com boas atuações; com ritmo forte e envolvente. E apesar dos filmes de Al Pacino sempre criarem uma expectativa enorme por sua capacidade de interpretação, lembrem-se: “nada é o que parece ser” e “tudo é um teste. E se olharmos para o passado, veremos bem que Al Pacino não tira boas notas faz algum tempo.

Nota: 7/10

2 comentários:

  1. O filme é competente, mas inferior aos três que você citou no início do texto.

    Vale pelo duelo Pacino/Farrell.

    Abraço

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    1. Com certeza é o ponto alto dessa produção. Além do mais, Farrel se apresenta bem superior ao seu mestre. Particularmente acho impressionante!

      abraço

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