quarta-feira, 6 de março de 2019

Crítica: Ponte dos Espiões | Um Filme de Steven Spielberg (2015)


Durante a Guerra Fria, a União Soviética consegue capturar o piloto americano Francis Powers (Austin Stowell) após derrubar seu avião de espionagem que tirava fotos no espaço aéreo russo. Condenado a 10 anos de prisão, a única esperança de Powers é um advogado de Nova York, James Donovan (Tom Hanks) que é recrutado pela CIA para resolver uma complicada situação: defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião russo capturado em território americano e condenado por espionagem. Estrategicamente Rudolf passa a se tornar moeda de troca para os Estados Unidos, onde James Donovan negocia adicionando um toque especial à troca do espião russo pelo americano sem que os governos dos dois países sejam envolvidos. “Ponte dos Espiões” (Bridge of Spies, 2015) é um drama político de espionagem escrito por Matt Charman, Joel e Ethan Coen e dirigido por Steven Spielberg. Inspirado em eventos reais entorno do incidente com o avião americano que caiu em território russo em 1960 e no romance escrito por Giles Whittell, essa produção recebeu várias indicações ao Oscar 2016 e venceu na categoria de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho de Mark Rylance no papel de espião russo. Entre os esperados arrasa-quarteirões realizados pelo cineasta, Steven Spielberg nunca deixa de entregar para a felicidade de seus fãs, algumas realizações ocasionalmente sólidas.

Burocrático, discreto e cheio de motivação, “Ponte dos Espiões” é um daqueles filmes que Steven Spielberg de vez em quando entrega sem fazer alardes (diferentemente de filmes como “Jogador N°1). “Ponte dos Espiões” é um daqueles filmes onde a maioria dos espectadores passa a conferir após o anúncio de prováveis indicações a prêmios em festivais e cerimônias do meio cinematográfico, demonstrando toda a sua irreverência. Brilhantemente protagonizado por Tom Hanks, uma escolha de elenco sempre certeira dependendo do roteiro, o ator Mark Rylance se destaca na tela na mesma proporção justificando o seu Oscar. O filme tem um tom sóbrio como sua interpretação, de humor elegante e pontual ambientado numa Berlim Oriental rica em detalhes criando uma atmosfera de excelência na reconstituição de época. Sem cenas exageradas, o jogo de espionagem travado entre as potências e articulado pelo personagem de Tom Hanks é requintado, realizado com bons diálogos e uma trama amarada na medida certa. É o astro fazendo o que sabe fazer de melhor. Por isso, “Ponte dos Espiões” não é somente um bom filme de Steven Spielberg, mas uma agradável surpresa que poderia ser, todavia mais constante.

Nota:  7,5/10

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