Durante o período em que a ocupação nazista avançava sobre o território da França na Segunda Guerra Mundial, os dois jovens irmãos judeus Maurice Joffo (Batyste Fleurial) e Joseph Joffo (Dorian Le Clech) são impulsionados a fugir de casa no meio da noite embarcando em uma aventura sem fronteiras para escapar dos nazistas. Em meio a crescente invasão, que fazia com que os judeus fossem constantemente caçados, eles se mostravam corajosos e inteligentes em sua fuga. Sobretudo ansiosos por se reunir a família novamente. “Os Meninos que Enganavam Nazistas” (Un sac de Billes, 2017) é uma produção dramática resultante de um trabalho colaborativo entre a França, Canada e Republica Tcheca que é adaptada para o cinema do livro que tem o mesmo nome e foi escrito por Joseph Joffo, sua história é inspirada em fatos reais vividos pelo protagonista. O filme é dirigido pelo diretor canadense Christian Duguay (responsável por filmes como “Belle e Sebastian: A Aventura Continua”, de 2015; “Anna Karenina”, de 2013; entre muitos mais) e é estrelado por Dorian Le Clech, Batyste Fleurial e Patrick Bruel. Entre centenas de contos sobre a grande guerra, “Os Meninos que Enganavam Nazistas” se junta a uma parcela competente de realizações, mas não primorosa de filmes como “A Lista de Schindler” e “A Vida é Bela”.
Mais na linha de longa-metragens como “O Menino do Pijama Listrado”, “A Menina que Roubava Livros” e “O Diário de Anne Frank”, “Os Meninos que Enganavam Nazistas” é marcado por uma sensação de déjà vu. Embora a história da jornada dos dois irmãos para sobreviver a ofensiva nazista seja bem contada, as tragédias apresentadas em seu desenvolvimento são inegavelmente parecidas com as de outros relatos já vistos antes. Porém o desempenho comprometido dos jovens protagonistas, a reconstituição de época formidável empregada pela produção, os atributos técnicos adotados que são competentes (destaque para a direção de fotografia) e a atmosfera que é bem construída para essa produção agrade os sentidos, isso proporciona uma espécie de compensação ao espectador. No entanto, a direção de Christian Duguay não é uma das melhores, pois em sua maior parte demonstra uma condução fria que não condiz com as emoções necessárias para atingir o coração do público. Embora o filme funcione, há uma ausência de um toque autoral que intensifique a delicadeza e a força de certos momentos. Infelizmente Duguay não tem esse toque e o filme se desenvolve apenas de forma mecânica que aborda certas passagens de modo superficial. Mesmo assim, “Os Meninos que Enganavam Nazistas” é um bom drama de guerra como muitos outros filmes, mas longe de ser uma obra-prima.
Nota: 6/10
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