sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Crítica: Cães de Guerra | Um Filme de Todd Phillips (2016)


Miami, 2005. Quando dois amigos de infância, David Packouz (Milles Teller) e Efraim Diveroli (Johah Hill), agora com um pouco mais de 20 anos de idade descobrem a possibilidade de negociarem armas com o governo dos Estados Unidos, os dois descobrem uma oportunidade de lucrar muito com as guerras as quais seu país está envolvido. Durante a Guerra do Iraque, esses jovens passam a participar de pequenas licitações de contratos militares e começam a intermediar a venda de equipamento bélico para o governo. O negócio se mostrou muito lucrativo. Mas quando a dupla passa a ter problemas quando consegue um milionário contrato de US$ 300 milhões para armar o exército afegão, o chamado Contrato Afegão, seus métodos pouco transparentes de alcançar o sucesso são revelados, o que encerrou o meteórico e lucrativo negócio desses jovens. “Cães de Guerra” (War Dogs, 2016) é uma comédia dramática escrita por Stephen Chin e Todd Phillips. Dirigida também por Todd Phillips (responsável pela trilogia de “Se Beber, Não Case!”), essa produção é baseada em uma história real inspirada em um artigo de Guy Lawson publicado para a revista Rolling Stones. Com muito sarcasmo e boas passagens, o filme entrega uma boa dose de entretenimento através da trajetória desses dois jovens.


A história de “Cães de Guerra” é contada através da perspectiva de David Packouz, quando ainda exercia a função de massoterapeuta em Miami e se reconecta a uma antiga amizade de infância, o excêntrico Efraim Diverolli, que a pouco tempo havia se tornado um negociante de armas. David detalha seu ingresso na área do comércio de armas, sua meteórica ascensão e sua repentina queda. Sua história não chega a ser fascinante como a de Yuri Orlov, interpretado por Nicolas Cage em “Senhor das Armas” (2005), mas se mostra suficientemente interessante para prender a atenção do espectador. O filme ainda tem em seu elenco nomes como Kevin Pollak, Ana de Armas e Bradley Cooper em papéis secundários, mas é nos desvios de caráter de Jonah Hill e nos desdobramentos de Milles Teller que o filme se faz atraente. Com ótimas interpretações por parte do elenco principal, passagens de humor bastante funcionais e com alguns toques de dramaticidade razoável, “Cães de Guerra” até se mostra um filme mais sério do que se poderia imaginar considerando os nomes que compõem o elenco e está na direção. Todd Phillips equilibra bem o drama e a comédia que envolve seu produto, que dividido no que parece ser capítulos, a montagem se usa de ideias comuns do cinema como introdução (a cena inicial volta ser utilizada a certa altura da trama, mas com a compreensão do espectador).

Cães de Guerra” é inegavelmente interessante. Uma história de sucesso instável que ao contrário de seus protagonistas, que acabou nos levando a algum lugar. Sem críticas oportunistas, mas com algumas reflexões válidas, o filme declara em seu desfecho algumas conclusões inesperadas onde, por exemplo, o Congresso Americano chegou a chamar o Contrato do Afeganistão um caso de estudo para tudo o que há de errado nos processos de licitação do governo. Era inconcebível que dois jovens conseguiram vender armas para o Pentágono. Se mesmo que Todd Phillips possa ter criado um percentual significativo do material visto em “Cães de Guerra” com sua imaginação cinematográfica, o fato é que os dois tiveram mais sucesso na vida do que um dia David Packouz sonhou ter. Por isso, não é de se espantar que o governo americano ficasse surpreso.

Nota:  7/10

2 comentários:

  1. Ana de Armas foi maravilhosa neste filme! sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerada uma grande atriz, desfrutei do seu talento neste filme Mãos de Pedra faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.

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    1. Ana de Armas tem um papel secundário nesse filme, embora atenda as necessidades do conjunto. Assisti poucos filmes nos quais ela atuava para poder formar uma opinião mais precisa sobre seu talento.

      bjus

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