segunda-feira, 12 de junho de 2017

Crítica: O Turista | Um Filme de Florian Henckel von Donnersmarck (2010)


Durante uma viagem de trem pela Europa, o professor de matemática Frank Tupelo (Johnny Depp) se vê em uma situação complicada quando uma estranha mulher, Elise (Angelina Jolie) começa demonstrar interesse por ele. O que ele não sabe é que ela está seguindo as ordens de seu marido, um criminoso procurado pelas autoridades e ao mesmo tempo misterioso. Seu rosto é desconhecido pela polícia. O seu contato com Frank Tupelo é uma manobra para despistar as autoridades que desconhecem a verdadeira identidade do marido de Elise. Assim, enquanto as atenções se voltarem para a figura de Frank, o verdadeiro encontro acontecerá em outro lugar. Porém quando um perigoso mafioso que está também na caça do marido de Elise, que foi roubado e está ansioso para um acerto de contas, isso gera como consequência um risco de vida para essa dupla que corre mais perigo do que os envolvidos poderiam imaginar. “O Turista” (The Tourist, 2010) é thriller de suspense dirigido pelo diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck. Baseado no genial longa-metragem francês, “Anthony Zimmer”, de 2005, essa refilmagem é estrelada por Johnny Depp e Angelina Jolie, além de ter nomes como Paul Bettany, Timothy Dalton e Rufus Sewell no elenco principal. Ambientado em Veneza, onde toda trama de mistérios se passa em sua maior parte, essa produção falha em se sustentar apenas com a glamourização dada a peculiar cidade e se afunda em clichês que não atribuem nada de inovador ao produto, como não supera a qualidade de sua inspiração. 

O Turista” é uma viagem que tentou surpreender o espectador com estrelas de cinema e uma cidade italiana exótica que exala romance e mistério. Até aí tudo bem. Entretanto todo resto, por mais ajustado que possa ser remete a algo simplista e sem ambição de ser o que seu material de origem representou. Uma premissa interessante bem desenvolvida em sua forma e substância. O problema é que tanto Johnny Depp quanto Angelina Jolie entregam desempenhos desinteressados. Se existe um ganho pela história interessante herdada do filme original, há uma sabotagem dos envolvidos que não conseguem torna-la mais intensa, seja devido a falta de química por parte dos protagonistas ou pelos diálogos esquecíveis que são muitas vezes distribuídos sobre um pano de fundo deslumbrante oferecido pela cidade de Veneza. A atmosfera de suspense nunca engrena de modo fluente, seja pela postura cômica adotada pelos policiais italianos em várias passagens ou pela frieza da direção do cineasta. A presença de Rufus Sewel é outra avaria ao conjunto. Considerando o mau aproveitamento de seu feeling, seu personagem se mostra apagado e prejudicado pelo roteiro clichê, que leva o espectador a acompanhar uma trama ajustada ao extremo, mas que apresenta um desfecho bastante previsível que impede o alcance de qualquer possibilidade de redenção.

Por isso, “O Turista” pode muito bem agradar ao espectador deslumbrado com as paisagens de Veneza que são brilhantemente capturadas pela câmera do diretor e enriquecidas pela direção de fotografia Esse provavelmente um dos pontos mais fortes desse longa-metragem, já que as reviravoltas não funcionam e o clímax elegante e ajustado ao conjunto não oferece uma surpresa tão arrebatadora quanto se previa ser em teoria. Curiosamente o filme foi indicado a vários prêmios no Globo de Ouro, mas não passa de uma indicação proveitosa para um espectador que não busca nada além de um programa escapista, bonito e de funcionalidade comum.

Nota:  5,5/10

4 comentários:

  1. Desde que foi lançado, a trama não me chamou a atenção e acabei não assistindo.

    Este filme é repetido a exaustão nos canais fechados.

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu assisti na época de seu lançamento. Na época achei eu achei o filme muito melhor do que quando o revisitei recentemente. Depois que vi o original, percebi a pobreza de ideias que habita essa produção. Uma pena. Serve apenas para passar o tempo.

      abraço

      Excluir
  2. Um fiasco total esse filme, só provando que a categoria de melhor comédia no Globo de Ouro, não deve ser sempre levada a sério, primeiro que esse filme não é uma comédia, segundo que esse filme é péssimo!

    http://21thcenturycinema.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também não gostei. Gosto muito do Johnny Depp, mas há uma irregularidade em sua filmografia que é irritante. Para cada filme bom dele, há uns 3 descartáveis ao extremo.

      abraço

      Excluir