segunda-feira, 3 de abril de 2017

Crítica: Predadores | Um Filme de Nimród Antal (2010)


Quando um grupo militarizado de seres humanos é colocado em um planeta desconhecido onde os humanos são as presas de um grupo de caçadores alienígenas, surge à busca por respostas e um inevitável e sangrento confronto entre as espécies. Aos poucos os humanos acabam por perceber que a única forma de escaparem de seus algozes perseguidores, seria confrontá-los mediante um trabalho conjunto. Porém não será fácil alcançar o sucesso nessa empreitada, devido à astúcia de uma espécie que vive unicamente em função da emoção da caçada. "Predadores" (Predators, 2010) é uma produção estadunidense de ficção científica escrita por Alex Litvak e Michael Finch e tem a direção de Nimród Antal. Realizado como um regresso as origens do saudoso filme original, ao mesmo tempo em que se intencionou criar uma roupagem mais moderna do universo selvagem ao qual o personagem habita na memória dos fãs, Nimród Antal reproduz algumas das qualidades do sucesso do filme original (a selva remete a lembrança do confronto de Arnold Schwarzenegger com o alienígena), mas com elementos visuais mais elaborados e uma trilha sonora praticamente idêntica ao filme dos anos 80. Entre acertos e erros ficou devendo um pouco aos fãs da franquia. 

"Predadores" tem as suas particularidades. A presença de Robert Rodriguez na produção é uma  das mais interessantes delas. Pois ao implantar o seu estilo visual apurado na película, detentora de algumas extravagancias visuais (como a incomum estratosfera que cobre o céu), a produção aplica aquela roupagem moderna que intenciona no roteiro ao levar a ação para outro planeta. Enquanto isso, Nimród Antal tenta equilibrar as necessárias necessidades dramáticas da trama com sequências de ação funcionais. Porém faltou um pouco de entrosamento entre o elenco e de um herói humano carismático que desperte interesse no espectador. Apesar do elenco ser bem escolhido, o filme carece de um herói cativante. Um exemplo disso são atores como Adrien Brody e Laurence Fishburne que são muito mais talentosos do que se apresentaram. Eles até funcionam nas medidas do filme, mas poderiam apresentar interpretações bem mais elevadas considerando suas filmografias se não fossem prejudicados pelo argumento simplista.  Adrien Brody principalmente, recém oscarizado na época e de talento inquestionável, empatou com o brucutu Arnold Schwarzenegger numa competição que deveria pela lógica ser o favorito. No entanto Laurence Fishburne sempre teve sua carreira marcada por sucessos e fracassos relativos. Alice Braga até funciona, mas em si tratando especialmente de blockbusters norte-americanos, como em “Eu Sou a Lenda” ela se saiu melhor com bem menos tempo de exposição de tela.  

Apesar de “Predadores” passar longe de uma sequência/homenagem legítima ao cult da década de 80, consegue até entreter de forma descompromissada. Contudo é odioso vermos uma produção carente de um herói ou heroína humana que nos faça torcer por eles realmente. E com uma produção onde a razão de existência consiste na presença dos vilões (os alienígenas caçadores), que por ventura não conseguimos mais vê-los como tais vilões, acaba por ser difícil criar uma história que seja uma homenagem justa aos Predadores.

Nota:  6/10

_________________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário