quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Crítica: Missão Impossível: Nação Secreta | Um Filme de Christopher McQuarrie (2015)


São poucas as franquias de cinema que chegam ao quinto episódio acumulando ao decorrer do tempo críticas positivas. O empreendimento de dar uma delongada continuidade a certos sucessos de público, que na maioria dos casos se arruína automaticamente com o decorrer do tempo e das continuações equivocadas, não é um fenômeno raro na indústria cinematográfica. Há inúmeros exemplos de grandes sucessos do passado que envelheceram negativamente devido a continuações desastrosas. Mas esse não é o caso da cinessérie de ação e espionagem Missão Impossível (franquia de espionagem protagonizada pelo agente Ethan Hunt que foi baseada numa série de televisão dos anos 60). Desde o primeiro episódio lançado em 1996 e dirigido por Brian De Palma, já se foram cinco filmes de estilos bem distintos, de tramas autônomas e resultados que vão de bons a espetaculares. E “Missão Impossível: Nação Secreta” (Mission: Impossible – Rogue Nation, 2015), uma produção estadunidense de ação escrita por Drew Pearce, Will Staples e Christopher McQuarrie, ao qual esse último também assume a direção, é a confirmação do rumo de excelência que atingiu. Em sua trama acompanhamos Ethan Hunt (Tom Cruise) em sua descoberta: o Sindicato, uma organização criminosa formada por ex-agentes secretos que tem como um de seus objetivos prioritários eliminar a existência da IMF, realmente existe. Durante muito tempo Hunt seguiu os passos do que as autoridades julgavam ser uma fantasia dele, a ponto de encarar seu desejo de encontra-la apenas como uma justificativa para a permanência da agencia em atividade. Assim o Sindicato, encarado pelas autoridades mundiais como um mito, fazem do agente Hunt, expatriado e caçado pela CIA como um desertor juntar forças com os sobreviventes leais da IMF e traçar um plano para expor definitivamente as atividades do Sindicato e responsabilizar os verdadeiros criminosos.


Missão Impossível: Nação Secreta” é uma experiência incrível, embora não seja superior ao seu antecessor (Missão: Impossível – Protocolo Fantasma), de 2011. Ainda que o trabalho de Christopher McQuarrie se assemelhe em muito ao estilo que o diretor Brad Bird implantou no quarto episódio, o filme não tem a profusão do mesmo ou superior. Mas em contrapartida, tem o seu charme próprio, com novas e inventivas cenas de ação que somente essa franquia consegue possibilitar aos espectadores (com destaque para a cena de abertura e uma decolagem arriscada que estampa um dos cartazes de divulgação da produção), além é claro, das imprescindíveis evidências de amadurecimento. Com Tom Cruise extremamente à vontade no papel do agente secreto Ethan Hunt, a produção recheia a trama com rostos conhecidos da franquia como o de Ving Rhames, Simon Pegg e Jeremy Renner, também surgem novas e funcionais caras como a da atriz Rebecca Fergunson, no papel de Ilsa Furst, uma femme fatale espirituosa que desencadeia as melhores reviravoltas da trama. O que não são poucas, obviamente possibilitadas pela genialidade do roteiro. Tendo ainda a participação de Alec Baldwin como o diretor da CIA burocrático de atitude esquerdista que se mostra uma escolha bem-sucedida ao propósito de seu papel, também somos surpreendidos pela presença de um antagonista interessante chamado Salomão Lane, interpretado pelo ator Sean Harris, e talvez a figura mais fraca do elenco de importância. Apresentando ótimas sequências de ação possibilitadas por um conjunto técnico sólido e boas doses de humor carregadas de sarcasmo e ironia, Christopher McQuarrie entrega um filme atento às necessárias qualidades da franquia e de uma competência de direção que não faz feio aos realizadores dos filmes anteriores. Por isso, “Missão Impossível: Nação Secreta” é um ótimo divertimento enlatado que captura com inteligência bastante da essência do que já foi feito até agora, e que promete e vai ainda render outras sequências tão bem-sucedidas quanto essa se levada com a mesma seriedade com que surgiu em meados da década de 90.

Nota:  8/10

4 comentários:

  1. Respostas
    1. O ator tem sido bem recebido pelo público ao desempenhar o papel de agente especial Ethan Hunt. Esse era para ser o último filme da franquia, mas depois do faturamento gordo essa ideia foi reanalisada e já se está sendo elaborado um novo "Missão: Impossível".

      Só nos resta aguardar!

      abraço

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  2. eu não gostei do anterior, mas esse é ótimo. ágil, inteligente. adorei a vilã, não tão vilã assim. vc gostei, eu detestei o anterior. ah, eu não gostei do alec baldwin. tanto que achava que ele era infiltrado. beijos, pedrita

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    1. Particularmente o meu preferido é o número 2. Dirigido por John Woo, a cena de abertura é a minha preferida, além de outras mais que são permeadas pela produção, o roteiro do 2 foi o que mais me agradou.

      Mas a coisa que me agrada nessa cinesérie é que em geral a qualidade nunca baixou independente do episódio. Variou de realizador para realizador, mas não há um que eu possa dizer que não gostei.

      bjus

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