quarta-feira, 3 de junho de 2015

Crítica: Kick-Ass 2 | Um Filme de Jeff Wadlow (2013)


Depois de motivar as pessoas pela busca da justiça, o mascarado justiceiro Kick-Ass, o jovem Dave Lizewski (Aaron Taylor Johnson) sofre de uma forte frustração pelo rumo pitoresco com que sua vida tomou. Decidido a retomar seu papel na luta contra o crime, ele busca uma parceria com a adolescente Mindy (Chloe Grace Moritz), a famosa Hit-Girl, que agora órfã de pai, está sob os cuidados do policial Marcus (Morris Chestnut). Tanto um quanto o outro, não conseguem se adaptar a normalidade de suas vidas. Mas Mindy sofre de uma pressão de ter o destino fatal de seu pai. E por causa disso, enquanto Dave passa a se associar a outros vigilantes que conheceu pela internet, Mindy sofre duras penas para se tornar uma adolescente normal a pedido de seu tutor. Enquanto isso o perturbado Chris D’Amico (Christopher Mintz Plasse), o Red Mist, passa a contratar bandidos para vingar a morte do pai e espalhar o terror pela cidade. Mas não demora muito para o que destino coloque esses heróis e vilões frente a frente num épico confronto, tão estranho quanto perigoso. “Kick-Ass 2” (Kick-Ass 2, 2013) é uma produção de ação baseada nos personagens da HQ de Mark Millar e John Romita e publicada pela Marvel Comics. Dirigido por Jeff Wadlow e produzido pelo cineasta londrino Matthew Vaughn (responsável pelo primeiro filme: “Kick-Ass – Quebrando Tudo”, de 2010), Wadlow entrega um filme de continuidade orgânica, se não igualmente surpreendente como o primeiro (o filme misturava ação de primeira, violência ao estilo “Pulp Fiction” e uma dose acertada de humor negro), mas a altura como um bom entretenimento juvenil.


Se beneficiando do sucesso da empreitada independente de Matthew Vaughn, “Kick-Ass 2” alcança um nível agradável de sucesso também. Menos audacioso do que Kick-Ass – Quebrando Tudo, mais cômico do que o esperado e ainda realizado com competência, o retorno do elenco original e a própria direção de Jeff Wadlow se mostra mais do que satisfatória a essa sequência. Repleto de personagens estranhos, que oscilam entre o cômico e o caricato, o roteiro simples de Jeff Waldow explora bem as possibilidades em volta do enredo e gera bons momentos de humor, como de ação violenta e esteticamente ajustada aos moldes dessa produção de heróis com mais motivação do que com poderes. E esse aspecto chama muito a atenção, onde a busca da identidade dos personagens se rivaliza com os obstáculos naturais impostos. As cenas de luta continuam deslumbrantes, e embora o roteiro não busque um aprofundamento mais inovador sobre as figuras de Kick-Ass e Hit-Girl e suas relações com os demais vigilantes, há uma preservação de ideias intocada que garante o divertimento do espectador. Essa produção surge com uma reafirmação do potencial da história em quadrinhos lançada em 2008, como também do próprio formato cinematográfico adotado por Matthew Vaughn. Obviamente “Kick-Ass 2” não supera seu antecessor nem de longe, e se o primeiro filme passou a morar no coração de muitos espectadores sem aviso (o filme foi uma grata surpresa para o gênero), esse segundo obteve seu sucesso em apenas prender a atenção dos fãs se causar decepção.

Nota:  7,5/10

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