quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Crítica: Invencível | Um Filme de Ericson Core (2006)


Na década 70, o Philadelphia Eagles (tradicional time da NFL) passava por uma sucessiva cadeia de derrotas consecutivas. Depois de um vergonhoso desempenho no campeonato de futebol americano e uma derrota humilhante em seu próprio estádio na final da temporada, fica na torcida a contundente esperança de melhoras para a próxima temporada. Numa medida desesperada para reerguer o time, o recém-contratado treinador Dick Vermeil (Greg Kinnear) decide realizar um try-out, onde qualquer um pode concorrer a uma vaga no time. Assim, o fanático torcedor do Eagles, Vincent Papale (Mark Wahlberg), um professor de 30 anos que trabalha de barman a noite decide concorrer a uma vaga no time que mora em seu coração. E para provar para todos, e acima de tudo para si próprio, que mesmo contra todas as probabilidades pode vencer na vida desde que tenha a determinação e a perseverança necessária, Papale passa a integrar a seleção do Eagles e mostra do que é feito um vencedor. “Invencível” (Invincible, 2006) é baseado em fatos reais onde um torcedor realiza o sonho de jogar no time de seus sonhos. Com uma história onde motivações se transformam em realizações, o diretor Ericson Core reveste de modo doce esse filme de esporte focado no futebol americano onde acompanhamos esportistas que superaram seus limites e encontraram a consagração.


Naturalmente ele oferece um emaranhado de clichês, com as devidas liberdades criativas necessárias para causar a emoção acertada típico das produções da Disney. Porém, independente de não apresentar nada novo em vários aspectos narrativos o tornando relativamente previsível, ele funciona de modo excelente ao que se propõe: inspirar. E muito de sua funcionalidade se deve a harmonia do conjunto, que vai desde o roteiro de Brad Gann (em sua estreia) a todo restante. Mark Wahlberg está ótimo, tanto em sua interpretação quanto em sua aparência, como também todo o elenco de apoio revelam-se escolhas acertadas. As cenas dos jogos tem o impacto visual que transborda competência técnica ao transpor o ambiente dos jogos e o longa tem um ritmo que desencadeia emoções no espectador. Entre momentos tensos e dramáticos (a carta da ex-esposa profetizando o fracasso de vida que ela julgava certo para seu marido, Vicent Papale e que foi a gota da agua para que ele se candidatasse a uma vaga no time), a trajetória de Papale é tocada por momentos de vibração de difícil controle, sendo quase impossível não se sensibilizar com seus dramas superados na medida em que a história se desenrola e os obstáculos vão sendo ultrapassados.

Mesmo que seja comum encontrar no esporte histórias de superação como a de Papale (o esportista amador que com muita determinação alcançou o profissionalismo virando foco de culto por parte de fãs do esporte), faz com que filmes desse gênero sejam bombardeados pela crítica especializada, sob a acusação de falta de originalidade. Se essa produção for analisada tecnicamente, “Invencível” também é consequentemente culpado dessa falta, mas se diferencia ligeiramente de outros exemplares, de alguns até expressivamente, devido ao conjunto da obra apresentar um nível de excelência cativante e de coração superior a outras produções do gênero.

Nota:  7,5/10

2 comentários:

  1. Este tipo de filme tem de pegar o espectador pela emoção, principalmente o sujeito que gosta de esportes.

    Meu filme preferido do gênero é "Momentos Decisivos" com Gene Hackman. Um drama sobre uma equipe de basquete colegial.

    Abraço

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