quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Crítica: Sem Limites | Um Filme de Neil Burger (2011)


"Sem Limites(Limitless, 2011) é mais uma boa ideia que somente consegue agradar devido ao conjunto esperto, mais do que por sua inteligência propriamente dita. Com o roteiro de Leslie Dixon e direção de Neil Burger (O Ilusionista), essa produção diverte pela estética moderna erguida sobre uma premissa interessante: você ter a possibilidade de usar 100% da capacidade de raciocínio do cérebro é uma temática no mínimo interessante. Unindo na fórmula de sucesso, o nome do carismático Bradley Cooper como protagonista, e do experiente Robert de Niro no elenco, essa produção apesar de suas deficiências e limitações consegue agradar com eficiência. Em sua trama acompanhamos Eddie Morra (Bradley Cooper), um escritor que sofre de bloqueio criativo que tem dificultado sua incursão no meio literário. Eddie tem passado por um inferno astral: a entrega de seu livro está bem atrasada; seu sentido de autopreservação em completo abandono e sua vida pessoal permanece em uma completa inércia. Certo dia na rua ele esbarra inesperadamente com seu ex-cunhado que lhe apresenta uma droga experimental revolucionária que permite o uso de 100% da capacidade cerebral (normalmente não usamos nem a metade do potencial do cérebro). Na dúvida Eddie toma, com descrença e sem muita expectativa. Porém o efeito é imediato e ele passa a se lembrar de tudo que viu, leu e ouviu em sua vida de forma assustadora. Passa a enxergar o mundo com uma nova perspectiva, mais rápida, objetiva e de forma organizada.  A partir daí, Eddie começa a fazer cálculos complexos no pôquer, aprende novas línguas só ao ouvi-las e, sobretudo, passa a escrever muito rapidamente seu livro. Mas diante de milhares de aplicações para um intelecto mais apurado, Eddie abandona a carreira literária e passa a aplicar sua inteligência na bolsa de valores. Seu desempenho excepcional chama a atenção do megaempresário Carl Van Loon (Robert De Niro) que resolve fechar através dele um dos maiores negócios da história. Contudo a essas alturas ele já havia provado do luxo (participando de festas em mansões com Top Models) e se envolvido com o lixo (isso porque para bancar seus investimentos inicias de corretagem pegou dinheiro de agiotagem com o crime organizado) o envolvendo em sérios apuros.

Baseado no livro "The Dark Fields", de Alan Glynn, essa transposição cinematográfica se mostra bem adaptada ao formato (apesar das limitações do roteiro de Leslie Dixon). Com uma direção de fotografia de responsabilidade de Jo Willems atenta as mudanças, a modificação vertiginosa da ignorância natural do protagonista ao supremo intelecto é visível no contraste de cores. Quando ao passar de uma palheta fria e sombria a uma tonalidade clara e iluminada, o recurso visual adotado por Willems transporta o espectador para o filme, deixando-o ver as coisas igual ao protagonista. O recurso deixa essa "possessão" da sabedoria algo evidente nas cores, e não somente na postura de Eddie Morra. Com uma atuação inspirada de Bradley Cooper, que deixa claro porque é uns dos preferidos de Hollywood atualmente, confere ao personagem credibilidade e acima de tudo, carisma. Apesar do nome de Robert De Niro estampando o cartaz dessa produção, o ator entrega uma interpretação regular, apesar de funcional para o conjunto da obra de acordo com todo elenco de apoio. Neil Burger (responsável pelo também interessante "O Ilusionista") entrega um filme que mais começa bem, do que se desenvolve. Apesar de ser um bom programa de entretenimento, sua trama segue um rumo incomum de poucas sacadas brilhantes. Com boas transições de tela, cenas delirantes de imaginação e uma trilha sonora bacana que acentua os melhores momentos, "Sem Limites" tem sim os seus, ainda que poucos.        

Nota:  7/10
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4 comentários:

  1. Não é um filme brilhante, realmente, mas tem umas coisas bem interessantes. Fica aquele gostinho de que, poderia ter sido melhor.
    Mas o Cooper foi muito bem mesmo nesse filme.

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    1. Tenho ficado impressionado com os filmes com que seu nome tem se vinculado (leia-se "Onde Tudo Termina"). Mesmos os menos pretensiosos sempre me agradam. Acho que ele é um ator que tem muito carisma.

      abraço

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  2. Mantenha o consumo da droga constante e você ficará bem. É a unica coisa que eu lembro do filme :s

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