quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Crítica: A Balada do Pistoleiro | Um Filme de Robert Rodriguez (1995)


Um estranho Mariachi (Antonio Banderas) se aproxima de uma pequena cidade de fronteira na busca por Bucho (Joaquim Almeida) um temido traficante de drogas da região. Esse anúncio tem causado alvoroço na cidadezinha. Pudera, já que esse anônimo mariachi tem realizado matanças descontroladas em sua busca por Bucho, nas quais sua reputação tem causado temor de sua chegada. Esse desconhecido Mariachi, agora um matador profissional está em busca de vingança pelo assassinato de sua namorada, protagonizado pelo poderoso chefão do tráfico da região. Mas essa não será uma tarefa fácil, na qual o estranho matador encontrará em Carolina (Salma Hayek) uma bela jovem dona de uma livraria de poucos clientes, em um amigo falastrão (Steve Buscemi) uma ajuda para completar essa suicida missão. "A Balada do Pistoleiro" (Desperado, 1995) é um filme norte-americano que é a continuação de "El Mariachi" (1992) também filmado por Robert Rodriguez, como uma produção independente de $ 7000,00 dólares que virou uma obra cult. Contudo, "A Balada do Pistoleiro" foi entregue ao espectador com contornos de produção bem estruturada e condução ágil antenada com as necessidades do mercado estadunidense, embora tenha um toque de cinema B em sua aparência. Com atores como Antonio Banderas, Joaquim de Almeida (ator português), Salma Hayek (com quem Rodrigues trabalhou também em "Um Drink no Inferno") Steve Buscemi, Cheech Marin, Danny Trejo e Quentin Tarantino, o cineasta Robert Rodriguez cria uma obra que mistura com habilidade filmes de faroeste com estética de filmes Made in Hong Kong de modo vibrante.  
   
Com muita violência estilizada, humor e sequências de tiroteio visualmente bem orquestradas, o cineasta Robert Rodriguez se apresenta como uma revelação para admiradores do gênero de ação. Criativo, valoriza a estética sobre a substancia, sem limitar os resultados de seu trabalho. Esse longa alterna sequências de adrenalina emocionantes, com momentos de lirismo de toque sensível. A exemplo disso, a cena onde Salma Hayek canta tocando um violão sentada sob uma cama, segundos antes de uma invasão de capangas de Joaquim Almeida, que culmina num tiroteio fantástico. Além disso, Rodriguez sabe aproveitar bem o uso de uma trilha sonora envolvente. Usa extravagâncias que marcam seus filmes (o revólver genital ou até o porta-violão recheado com um enorme arsenal, ideia oriunda de um clássico faroeste) sem parecer forçado. O "El Mariachi", de personagem sem nome, acabou virando ícone da cultura POP e referência para outros artistas de diferentes mídias. Com o roteiro do amigo e frequente colaborador Quentin Tarantino, esse longa tem além do apelo visual marcante, um punhado de bons diálogos e frases de efeito, que acentuam sua trama, que mais tarde encerrou a Trilogia Mariachi em "Era Uma Vez no México" (2003). "A Balada do Pistoleiro" é um espetáculo, uma festa que comemora a incursão de um cineasta irreverente que até pode não estar no rol dos maiorais de Hollywood constantemente, mas vez ou outra, surpreende com momentos de brilhantismo que lhe rendem em certos círculos o status de cineasta cult igual alguns de seus filmes.

Nota: 8/10

4 comentários:

  1. Clássico!!!!

    Lembro que meu tio tinha esse filme em VHS, pelo menos umas 3, 4 vezes por ano assistia esse filme quando era criança. rs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também o conheci na época do VHS. Fiquei impressionado com o resultado. Pena que "Era uma vez no México" não obteve de mim tanta emoção.

      abraço

      Excluir
    2. Para mim também não... faltou alguma coisa naquele filme...faltou aquele 'tempero'...

      Excluir
    3. Não sei bem ao certo... aquele patriotismo em volta de uma revolução mexicana pareceu meio forçado, sei lá. Os personagens do Mickey Rourke e do Johnny Depp excessivamente caricatos e a ação não funcionou como no passado. Sei lá!

      abraço

      Excluir