segunda-feira, 6 de maio de 2013

Crítica: Um Drink no Inferno | Um Filme de Robert Rodriguez (1996)


Um Drink no Inferno” (From Dusk Till Dawn, 1996) é o resultado materializado da capacidade de Quentin Tarantino em roteirizar simples histórias de forma fantástica, como de Robert Rodriguez, em dar um tom autoral e vanguarda a uma temática clássica do cinema. Os vampiros, personagens absurdamente explorados, quase exauridos por completo no cinema e na literatura, foram vitais na construção da carreira desses dois ícones do cinema alternativo. Obviamente mais do segundo, quanto à do primeiro. O resultado dessa parceria que usou esses personagens gerou enfim um exemplar divertidíssimo de filmes de vampiro em prol do entretenimento. Em sua história acompanhamos os irmãos Seth Gecko (George Clooney) e Richard Gecko (Quentin Tarantino) procurados pela polícia por um assalto a banco e várias mortes. Como forma de fuga das autoridades, os dois sequestram um ex-pastor (Harvey Keitel) e seus filhos, Scott (Ernest Liu) Kate (Juliette Lewis), que estão em viagem de trailer. Escondidos no interior do transporte, a dupla atravessa a fronteira dos Estados Unidos com o México impunemente em direção a um ponto de encontro nos limites do deserto mexicano onde encontrarão apoio para dar sequência a sua fuga. O ponto de encontro: um bar de motoqueiros e caminhoneiros numa mistura de prostíbulo e fim de mundo. Quando tudo parecia superado, e bastava esperar, os irmãos Gecko, e a família mantida como refém por eles até tudo estar resolvido, é surpreendida com uma ameaça inimaginável. E sob circunstâncias extremas, é gerado uma união inusitada, onde essas pessoas tão diferentes juntam forças para combater um inimigo em comum e inexplicavelmente mais perigoso.


Essa produção tem a cara de seus dois realizadores: o roteiro com bons diálogos e personagens bacanas, ao mesmo tempo tendo em sua composição atuações divertidas, filmadas com nervosismo e muita violência estilizada distribuída num enredo repleto de absurdos, que por fim funcionam devido à narrativa de entretenimento explícito. Essa fita serviu para galgar a carreira para o cinema de George Clooney, que até então era apenas conhecido pelo papel de médico conquistador no extinto seriado “Plantão Médico”, e que se mostrou à vontade no formato. Atores como Danny Trejo, Salma Hayek e Cheech Marin, hoje rostos e nomes bem conhecidos do grande público, fazem parte do elenco de apoio, que foram vitais na composição do sucesso dessa produção. Astros como Harvey Keitel e Juliette Lewis dispensam comentários de tão bom que estão em suas interpretações, justo que se trata de uma produção com cara de cinema B bem executada do tipo que viria da mente de John Carpenter. Sua trilha sonora de musicalidade vibrante é de responsabilidade dos “Los Lobos”, que acentuam toda a ação com canções ágeis e ritmadas que combinam com os tiroteios e explosões exibidas na película. “Um Drink no Inferno” é pura diversão, sanguinolenta e explosiva. Gerou outras sequências que não chegam nem de perto aos pés dessa produção. E como todo fã de Tarantino bem sabe, que não há ninguém que entenda de pé melhor do que ele próprio.

Nota: 7/10

8 comentários:

  1. Aqui é que Tarantino mostrou toda a sua podolatria. O cara simplesmente é tarado por um pezinho.
    O filme realmente é um baita de um entretenimento com aquele aspecto de filme B com boas interpretações. Juliete Lewis está um tesão.
    A dupla Rodriguez/Tarantino só podia dar nisso aí mesmo.

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    1. Outra parceria boas deles nesse formato de cinema B é "A balada do Pistoleiro". Show!

      abraço Bruno

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  2. Extremamente divertido para os fãs de terror com muito sangue, além de ótimos diálogos e personagens ao estilo Tarantino.

    Abraço

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    1. Pena que as sequências não foram tão boas. Na verdade, elas foram horríveis... Infelizmente!

      abraço

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  3. Filmaço, eu adorei ver o Tarantino dando uma de maniaco, ficou muito verossímil
    Eu acabei gostando mais da parte anterior ao Titty Twister, parte por não ter o Tarantino e parte por não ter gostado dos vampiros (tipo: eles esperavam as frases de efeito e depois atacavam), mas eu me diverti bastante.

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    1. Gosto demais desse filme. Ainda quero ver a série, já que as sequências não me agradaram em nada.

      abraço

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  4. Muito bom filme. Lado B de luxo, muito sangue e tiroteio, perfeito. E ainda com a participação da deliciosa Salma Hayek.

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    1. Verdade. Um filme de luxo. Ah... concordo com a segunda parte também!

      abraço

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