segunda-feira, 20 de maio de 2013

Crítica: Missão: Impossível: Protocolo Fantasma | Um Filme de Brad Bird (2011)


A partir de um seriado de televisão dos anos 60, o astro Tom Cruise levou para a telona em 1996, como protagonista e produtor, o primeiro episódio de uma cinessérie bem sucedida que alcançou sua quarta produção até o momento, chamada: "Missão Impossível". Seu sucesso já atraiu diretores de diferentes estilos, onde cada um realizou um trabalho singular e marcante ao seu estilo. Diretores renomados como Brian De Palma, John Woo e J.J. Abrams já materializaram aventuras do famoso agente especial Ethan Hunt. A escalação – de certo modo arriscada – de Brad Bird, apenas um experiente diretor de inesquecíveis animações como: "Os Incríveis" (2004) e "Ratatouille" (2007), talvez tenha feito toda a diferença no resultado de um dos mais inventivos e alucinantes filmes dessa franquia. E com ou sem intenção, provou que diretores de animação (cada vez menos infantis) são capazes de fazer serviço de gente grande com a mesma competência que outros profissionais, aos quais somente conhecem o formato Live Action. Assim o longa-metragem "Missão: Impossível – Protocolo Fantasma" (Mission: Impossible – Ghost Protocol, 2011), estrelado por Tom Cruise, Paula Patton, Simon Pegg e Jeremy Renner, segue a fórmula de espionagem lisérgica instituída desde a primeira produção, que detém uma reputação a cumprir a cada lançamento. Ethan é resgatado de uma prisão em Budapeste, por agentes da Força de Missões Impossíveis (IMF, sigla em inglês), onde recebe a missão de encontrar e impedir que terroristas disparem uma bomba nuclear contra os Estados Unidos, mesmo sob as circunstâncias de estar sendo caçado por autoridades russas, como também sendo, um perigoso terrorista. Com a ajuda de sua equipe, Ethan busca provas de sua inocência e informações que o leve ao verdadeiro criminoso, antes que esse vilão desconhecido consiga êxito em seu ataque desencadeando uma guerra entre as nações.


Com uma trama cheia de camadas, densas e cristalinas ao entendimento do espectador, o roteiro tem todos os ingredientes de um bom filme de espionagem e contraespionagem necessários para emplacar um bom sucesso, dentro dos moldes da proposta oferecida pela franquia “Missão Impossível – nada é por acaso. O papel de Jeremy Renner, por exemplo, entra em cena de forma corriqueira e se torna uma revelação aos poucos, mostrando um melhor aproveitamento do elenco de apoio. Simon Pegg materializa a comicidade no universo da espionagem apresentada no terceiro filme, que como consequência, lhe concedeu uma nova oportunidade de expandir seu trabalho e surpreender o público novamente. E Paula Patton, não ficou reduzida a uma espécie de Bond Girl, tendo um papel expressivo dentro da trama, e justificando a existência de sua personagem de maneira única se comparado às belas anteriores, que convenientemente são inseridas no roteiro como atração visual para os marmanjos de plantão. Apesar de toda produção ter um ritmo alucinante, deixando o espectador vivenciando a emoção dos personagens com fidelidade (muito pela qualidade dos efeitos sonoros e visuais modernizados da produção) as cenas rodadas no exterior do prédio Burj Khalifa, em Dubai, nos Emirados Árabes (o mais alto do mundo) talvez seja a sequência mais emocionante da franquia e tenha os momentos mais engraçados do filme: com a fachada toda em vidro, Ethan está no andar 123, e precisa subir mais 7 andares pelo lado de fora, amparado apenas por um par de luvas eletrônicas, que se prendem ao vidro, mas que logo a engenhoca para de funcionar. Pura adrenalina. O clima vertiginoso salta aos olhos pelo tamanho do realismo das imagens, pela tensão causada pela situação, apenas amenizada pela abordagem humorada que é cadenciada na passagem. 

A única lamentação que essa produção causa, lamentavelmente é acarretada apenas pela aplicação cada vez mais gradativa de engenhocas excêntricas e absurdas em sua narrativa, típicas de um James Bond anterior ao "Cassino Royale" (2006) - enquanto a mesma descarta esse elemento quase por completo se voltando ao potencial humano da espionagem. Passa a ser uma evolução às avessas se comparado a um dos mais famosos espiões do mundo. Missão: Impossível – Protocolo Fantasma" talvez seja o melhor longa da franquia, que tem inventividade, uma trama ajeitada, um arrojo visual apurado, humor inteligente e ao mesmo tempo, uma dose saborosa de nostalgia por conta do resgate da temática de uma eminente guerra nuclear, típica de filmes oitentistas. Tudo belissimamente ritmado por um diretor doutrinado pelos conceitos da animação, cujo gênero forma verdadeiros mestres na criação de narrativas proveitosas, perfeccionismo requintado e acima de tudo, profissionais responsáveis que não desperdiçam tempo e dinheiro com material de encher linguiça sem propósito. Em resumo: Missão cumprida. 

Nota: 8/10


2 comentários:

  1. Os fãs que me xinguem...mas, só consegui o primeiro. kkkk.

    abs

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  2. Sem radicalismo Renato: o primeiro é bom, sem dúvida, mas é o que menos agrada aos fãs da série. Sua atmosfera é bem típica de seu realizador (o que é bom) mas não basta se você não gosta muito do trabalho de Brian De Palma. As emoções surgem e vão como relâmpagos e tensão não é tudo aquilo. Agora John Woo, já é outra historia...

    abraço

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