domingo, 26 de junho de 2016

Crítica: Voando Alto | Um Filme de Dexter Fletcher (2016)


Essa é a história real do primeiro e maior saltador de esqui da Grã-Bretanha.  Decidido a ser um atleta olímpico desde criança, Eddie Edwards (Taron Egerton), também conhecido por Eddie – A Águia, não desistiu de seu sonho pelas inúmeras dificuldades físicas e financeiras que lhe foram impostas pela vida. O desejo de realizar seu sonho falou mais alto. Para conseguir uma vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1988, sediado no Canada, ele conta com a ajuda de Bronson Peary (Hugh Jackman), um ex-atleta desse mesmo esporte que no passado desistiu dos seus sonhos e encontra nas convicções de Eddie a chance de fazer as pazes com seu passado. “Voando Alto” (Eddie The Eagle, 2016) é uma comédia-dramática que acompanha a trajetória e as façanhas inspiradoras de Michael Edwards. Inglês, Edwards veio de um dos subúrbios de Londres e tinha o sonho de ser um atleta olímpico desde criança, e isso independente da modalidade. Seu grande objetivo era ir às olimpíadas. E se no inicio as olimpíadas tradicionais não podiam comportar o seu sonho, as de inverno conseguiram. Mas se as modalidades de ski tradicionais patrocinadas pelo comitê olímpico britânico não se mostravam muito gratos por sua determinação, extremamente preconceituosos com sua postura diante do esporte, foi no salto de ski onde ele fez história.

Voando Alto” tem uma combinação sólida de elementos vitais para alçar essa produção a um sucesso de público. Sua combinação de boas atuações, onde Taron Egerton não decepciona em seu desempenho (mesmo que à experiência de Hugh Jackman não tenha acrescido muito mais ao filme que seu próprio nome nos créditos); estrutura simples que recria toda a atmosfera oitentista com competência e detalhes (seja no visual ou na trilha sonora genial); e uma história de grande força de alguém obstinado a alcançar a realização de um sonho teoricamente impossível, tudo nesse filme está voltado para ser um ótimo filme de Sessão da Tarde que intenciona inspirar o espectador. Divertido na medida certa e emocionante de forma influente, “Voando Alto” não decepciona como sugere fazer na primeira hora. O roteiro dos estreantes Sean Macaulay e Simon Kelton está repleto de clichês, isso é verdade, mas todos inofensivos para estragar a experiência do espectador. Entre várias mensagens no conjunto o enredo explora bem uma das mensagens propostas pela produção, na qual, mais do que ser o melhor no que você se propõe, é fazer o seu melhor independente das circunstâncias. A direção ajustada de Dexter Fletcher (um antigo ator de “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”, filme também produzido por Matthew Vaughn) que se mantem bastante focada na história em si contribui para isso. Se o tom da comédia não tem a eficiência desejada, onde as piadas não funcionam em sua totalidade, as ações e os dramas dos personagens ganham o coração do espectador na terceira parte. 

Assim sendo, muito da essência da história de Eddie Edwards se encontra em filmes como “Jamaica Abaixo de Zero”, de 1993 (um clássico de grande valor para esse gênero de filmes). Porém algumas soluções dadas pela produção para vida de Edwards soam excessivamente arquitetadas,  seja pelo roteiro ou pela direção de Dexter Fletcher, obviamente para funcionar de modo mais orgânico na película. Embora Voando Alto” seja atraente, isso não gera dúvidas, ele não tem a espontaneidade e a força do desfecho dada a história da primeira equipe olímpica de trenó da Jamaica (um esporte de inverno impossível de ser praticado num país tropical). Isso é certo. 

Nota:  7/10


2 comentários:

  1. Está na minha lista para conferir.

    É curioso ver o ator Dexter Fletcher como diretor. Ele trabalha como ator desde criança e protagonizou um dos clássicos adolescentes dos anos oitenta chamado "Namoros Eletrônicos".

    Abraço

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    1. Esse "Namoros Eletrônicos" eu não conheço. Interessante... já que gosto de eventualmente conferir alguns filmes mais antigos. Vale a dica!

      abraço

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