segunda-feira, 21 de julho de 2014

Crítica: Ajustes de Contas | Um Filme de Peter Segal (2013)


Billy “The Kid” McDonnen (Robert De Niro) e Henry “Razor” Sharp (Sylvester Stallone) foram no passado boxeadores que levaram plateias ao delírio com espetáculos de determinação e bravura nos ringues que alcançou seu auge na década de 80, os levando a tornarem-se lendários rivais. Embora ambos tivessem tido uma brilhante carreira no boxe, eles se encontravam empatados sem saber afinal quem era o melhor lutador. Uma rivalidade que necessitava por uma resolução. O confronto final estava marcado como o mundo do boxe implorava, mas nunca foi travado porque Sharp repentinamente e sem explicações claras anunciou sua precoce aposentadoria. Enquanto Kid encontrou ao decorrer dos anos o seu sucesso profissional em outras áreas se utilizando da fama do passado, Sharp, falido leva a vida trabalhando em uma fábrica como operário. Persuadido pelo filho de seu ex-empresário, Dante Slate Jr. (Kevin Hart), o jovem arquiteta um retorno aos ringues para esses dois velhos boxeadores que após terem virado uma sensação em vídeos virais por causa de um fiasco em uma produtora de games esportivos, os dois acabam voltando a despertar a atenção da mídia de modo desconcertante. Tanto que isso possibilita que finalmente se realize após 30 anos uma luta que pode sanar as dívidas de Sharp e saciar o desejo de revanche de Kid. “Ajuste de Contas” (Grudge Match, 2014) é uma comédia esportiva dirigida por Peter Segal e escrita por Tim Kelleher e Rodney Rothman. Se utilizando com habilidade da nostalgia de ver dois grandes boxeadores do cinema (esse filme remete propositalmente a lembrança de Rocky Balboa para Sylvester Stallone e de Jake La Motte para Robert De Niro), onde que essa produção apresenta de acordo como esperado, um filme despretensioso e divertido sem grandes pretensões que não sejam divertir, aos fãs ou não do esporte.


Peter Segal entrega o filme que se espera dele ainda que tenha ligeiras ressalvas. Sabido, alterna inteligentemente momentos cômicos que aproveita bem o carisma de seus protagonistas com momentos dramáticos bem nivelados do elenco de apoio em subtramas funcionais. Assim, a trama principal se desenvolve segura de seu foco, repleta de referencias a "Rochy" e a "Touro Indomável", faz com que “Ajuste de Contas” não se prenda apenas a cartilha dos filmes de esportes. Menos focado no esporte propriamente dito (apesar do necessário treinamento do retorno ser o que faz os 113 minutos de duração passar confortavelmente voando), onde o espectador acompanha o desafio de superação em meio a irremediáveis obstáculos que naturalmente surgiria para atletas seniors, o espectador contempla uma história onde dois homens fazem as pazes com seus passados intensamente conectados com esse esporte. Embora siga a estética do gênero (treinamentos às vezes pouco ortodoxos, imagens televisivas, narrações de locutores boquiabertos, entre outros artifícios mais), sua genialidade mora longe dos ringues e dos clichês desse gênero. É na comédia que ele ganha o espectador, do entrosamento entre Robert De Niro e Sylvester Stallone e das brincadeiras que o roteiro indiretamente nostálgico permite que eles realizem. “Ajuste de Contas” não possui nenhuma conexão com os filmes onde seus protagonistas obtiveram fama, e apenas brinca com a ideia.

Com performances bacanas do elenco de apoio (Kim Basinger, Alan Arkin, LL Cool J, Jon Bernthal) e uma trilha sonora com canções geniais sempre bem escolhidas por Trevor Rabin para os projetos nos quais está envolvido, “Ajuste de Contas” tem ritmo e uma musicalidade fantástica condizente com a proposta. Desde “Cop Land” (1997) Robert De Niro e Sylvester Stallone não contracenam juntos, voltando à cena, onde interpretam lutadores de boxe, papéis esses que marcaram a filmografia de ambos os astros. Por fim, “Ajuste de Contas” não deve ser encarado como um duelo de gigantes, carregado de nobres propósitos e dramaticidade memorável, e sim mais para uma brincadeira no conforto de um macio gramado. Uma quase especialidade Sylvester Stallone.  

Nota:  7,5/10

2 comentários:

  1. Sem duvida o elenco é muito bom, grande filme. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator, desfrutei do seu talento em no filme Mãos de Pedra, umo dos melhores filmes do Robert de Niro faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.

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    1. Eu dei muita risada com esse filme. Para quem está familiarizado com a ressonância dos personagens principais, um filme destes é pura diversão.

      bjus

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