sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Crítica: Truque de Mestre | Um Filme de Louis Leterrier (2013)


Quatro ilusionistas detentores de diferentes habilidades são reunidos em uma única equipe para encenar grandiosos espetáculos de magia para grande públicos. J T. Aylas (Jesse Eisenberg) um controlador obsessivo e arrogante, com quem já havia trabalhado com Merrit McKinney (Isla Fisher), uma ex-assistente de palco, Henley Reeves (Woody Harrelson) um metalista picareta e pretensioso, e Jack Wilder (Dave Franco) um ilusionista de rua e batedor de carteira, formam o grupo que se intitula os Quatro Cavaleiros. Trabalhando sob um comando misterioso, em seu primeiro grande show em Las Vegas, ao mesmo tempo que apresentam seu espetáculo, também roubam um banco em Paris, e distribuindo todo o dinheiro aos espectadores da apresentação. O feito chama a atenção das autoridades, tanto do FBI quanto da Interpol, tendo os agentes Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) um descrente da magia, e Alma Dray (Mélanie Laurent) enviada da França para investigar o crime. Com a ajuda de um desmascarador de mágicos, Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) unem-se para desvendar os mistérios em volta do golpe e prender os Cavaleiros. "Truque de Mestre" (Now You See Me, 2013) logo em seu início anuncia em tom de profecia: "Quanto mais perto você olha, menos você vai ver". E não é que isso é verdade. Trata-se sumariamente de um longa sob medida para quem busca solucionar seus mistérios antes da subida dos créditos finais, que mistura com eficiência truques de ilusionismo, roubos milionários onde nada é o que parece (remetendo a lembrança de "Onze Homens e um Segredo" com um toque de Robin Hood) e materializado através de uma realização envolvente motivada por reconhecimento e vingança.


Feito para agradar vários públicos diferentes, não é necessário você gostar de mágica para que essa produção lhe agrade, contanto que se abra mão de alguma lógica para se convencer do seu controverso desenvolvimento (a abordagem do mito do "O Olho" é um bom exemplo de uma deficiência incômoda). Mesclando vários elementos na mesma trama, cuja premissa já se mostrava curiosa a primeira vista (roubar um banco em outro continente em tempo real durante um show de mágica é a essência de apelo típica de um espetáculo do gênero), o diretor Louis Leterrier constrói uma trama ligeiramente inteligente com boas sequências de ação e boas tiradas de humor que funcionam nesse longa de modo mágico. Com o roteiro escrito a três mãos (Boaz Yakin, Ed Solomon e pelo estreante Edwaqrd Ricourt) a história se distancia da realidade para criar um produto de entretenimento divertido repleto de surpresas. Apesar de alguns recursos de sua estrutura serem manjados, essa produção consegue um resultado positivo se visto pelo conjunto da obra. Tem um elenco carismático, uma produção grandiosa (com direito a vários efeitos visuais de contribuição da Industrial Light & Magic), uma trilha sonora que acentua toda a ação e reviravoltas pontuais que prendem a atenção do espectador do começo ao fim, fazendo valer a afirmação proferida por Morgan Freeman: "é aqui que a magia acontece".

Embora esteja repleto de qualidades, "Truque de Mestre" não é impecável. Visto com um olhar mais crítico está longe disso. Na verdade ele funciona como todo truque de mágica (simplista ou grandioso) ao qual você já descobriu o mistério. O auge da diversão é potencializado por um surpreendente clímax que é obtido somente na primeira apresentação. Depois disso, em uma segunda visualização, ele acaba por perder seu brilho e encanto, somente nos restando vê-lo com um olhar mais burocrático. Revisitá-lo é outra história...

Nota:  7,5/10

4 comentários:

  1. Eu consegui assistir a esse filme 3 vezes antes de enjoar :)
    E parece meio ridiculo mas quando falam Robin Hood eu lembro de In Time .-.

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  2. E porque eu não lembro da historia original de Robin Hood e no quesito roubar para dar aos pobres eu lembro de In time. :)

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