segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Crítica: Invasão à Casa Branca | Um Filme de Antoine Fuqua (2013)



O motivo pelo qual o nome do filme "Dia de Treinamento" (2001), dirigido por Antoine Fuqua resplandece no cartaz acima é lógico: desde 2001 que o cineasta que colaborou para que Denzel Washington arrematasse o Oscar de Melhor Ator nesse thriller policial  não emplaca um filme respeitável. Quando um pouco antes havia dirigido "Assassinos Substitutos" (1998), o cineasta já demonstrava uma capacidade natural de materializar o estilo alheio, que no caso dessa fita era um reflexo do trabalho de John Woo (mesmo sendo visualmente elegante e narrativamente bem conduzido) não podia se dar muito crédito a direção. "Dia de Treinamento" talvez fosse seu seu trabalho mais autoral, mesmo que estando longe de ser impecável, tinha seus momentos de brilhantismo. No entanto, "Invasão à Casa Branca" (Olympus Has Fallen, 2013) é o reflexo de um estilo de produção que não funciona mais como antigamente. O exército de um homem só é formato de tipo de filme que não convence mais como em outrora, mesmo com o esmero de uma caprichosa produção blockbuster bélicamente monumental. Em sua história acompanhamos a invasão da Casa Branca por terroristas, que após uma operação de guerra mantêm o presidente dos Estados Unidos como refém. O governo americano impotente diante da ameaça encontra em Mike Banning (Gerard Butler), um ex-integrante da segurança presidencial também está preso no interior da Casa Branca, se tornando o único contato com a segurança nacional. Com pouco crédito entre seus ex-colegas de trabalho, Banning se confronta com os preparados terroristas para se redimir de suas falhas passadas e evitar que um plano de destruição nuclear inimigo seja colocado em prática antes que seja tarde.


A trama dos estreantes Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt pegou carona nos recentes atritos entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte. Hollywood não perdeu tempo e construiu um confronto armado dentro de casa para materializar as possibilidades desse tenso clima que habita os noticiários. Um embasamento verídico mesclado com eventos ficcionais improváveis e exagerados. Essa produção adere a estética de filmes de ação (leia-se Duro de Matar) destrutivos em sua essência, embora peque por não levar o bom humor que sempre compensa a falta de coerência da trama em produções do gênero. "Invasão à Casa Branca" se leva muito a sério, supondo que o espectador fará o mesmo. Ainda tendo um elenco repleto de grandes nomes (Gerard Butler, Aaron Eckhart e Morgan Freeman) os diálogos simplistas e a situação de pouca lógica que rege a produção restringe essa fita apenas a mais um filme sobrecarregado de monstruosas explosões e intermináveis tiroteios. Mas não quer dizer que possa ser rotulado como um excelente filme de ação, já que o delírio visual frequentemente toma proporções caóticas que contribuem de forma negativa ao conjunto. A direção de Antoine Fuqua não confere momentos de tensão válidos em momentos cruciais, como na cena do acidente de carro que atormenta a memória e a reputação de Banning. A cena do elevador em "Velocidade Máxima" (1994) dirigida por Jan de Bont (não sei por que me veio essa cena na memória ao vê-la) está bem a frente do resultado adquirido por Fuqua.

"Invasão à Casa Branca" vai agradar aos fãs de filmes de grandes proporções e resultado previsível. O homem que é "o exercito de homem só" naturalmente salva o dia, como deve ser. Mas um embate fictício entre os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte poderia render coisa bem melhor. Sem querer desmerecer o trabalho de Gerard Butler, se tivessem chamado Bruce Willis para protagonizar essa produção, talvez conferisse a esse filme alguma graça merecedora de atenção. 

Nota:  5,5/10 
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2 comentários:

  1. Ainda não assisti, mas pelo seu texto e o trailer, tem cara de filme de ação para o espectador não levar a sério.

    Abraço

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    1. Vamos ver logo o trabalho de Roland Emmerich em "Ataque a Casa Branca". Tem cara de ser melhor, pelo menos em teoria.

      abraço

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