sábado, 20 de julho de 2013

Crítica: O Homem de Aço | Um Filme de Zack Snyder (2013)


O Super-Homem retorna as telas de cinema. Em "O Homem de Aço" (Man of Steel, 2013) somos apresentados a um reboot que leva o nome de Zack Snyder nos créditos de realizador, embora seja evidente a influência de seu produtor, Christopher Nolan nas qualidades em volta dessa produção. E uma das qualidades mais expressivas desse filme reside na ação interrupta, diferentemente do fracassado longa "Superman - O Retorno" dirigido por Bryan Singer em 2006 (que muitos fãs querem esquecer). Outra virtude que compõe a obra seria o tom reflexivo e ao mesmo tempo realista dado ao personagem, perfeitamente conectado a aclamada franquia Batman que foi de toda responsabilidade de Christopher Nolan. Contudo, o roteiro se mostra maduro ao equilibrar toda a explosiva ação com uma dose expressiva de dramaticidade, de uma forma diferente de como já havia sido abordado em outras produções acerca desse, que é um dos mais conhecidos super-heróis do mundo. Naturalmente trata-se de um reboot que apenas se propõe a recontar a história bem conhecida sobre Ka-El (Henry Cavill) kryptoniano enviado a Terra ainda um recém-nascido  por seu pai, Jor-El (Russel Crowe) antes da completa destruição de seu planeta, Krypton. Ka-El é encontrado e criado por Jonathan e Marta Kent (Kevin Costner e Diane Lane) ao qual o chamaram de Clark Kent. No processo de crescimento logo descobre que tem super-poderes e dúvidas sobre si mesmo, o confrontando com um dilema existencial: ser um herói ou um conquistador. Para piorar a Terra é invadida por um semelhante, também Kryptoniano chamado General Zod (Michael Shannon) que havia sido aprisionado na zona fantasma, mas que com a destruição do seu planeta escapou e veio na busca do herdeiro de seu maior inimigo. Além da vingança, Zod planeja dominar a Terra e reerguer sobre suas ruínas o extinto planeta Krypton.


"O Homem de Aço" era um grande e difícil desafio a ser roteirizado, porém não impossível. Como em Batman, lhe foi dado contornos interessantes. E se as cenas de ação que permeiam a longa duração desse filme acabam tendo um grande destaque por seu condicionamento técnico impecável ou pela condução visual imaginativa (a destruição de Krypton nunca antes havia sido abordada com tanto destaque, materializando esse evento na mente de fãs com o devido respeito) como também a batalha decisiva entre Super-Homem e o General Zod com um ofuscante brilho de Blockbuster , as relações pessoais de Clark não hostis (entre seus pais adotivos principalmente) ganha uma abordagem dramática convincente e de uma profundidade razoável. O inglês Henry Cavill (Os Imortais) funciona adequadamente no papel de Homem de Aço (unindo na medida do possível talento de atuação com uma postura física respeitável e condizente com a estética do personagem). Cavill não envergonha a memória do icônico Christopher Reeve, como também o coadjuvante de luxo, Russel  Crowe mostra presença de tela semelhante ao seu antecessor, Marlon Brando. Entretanto, o destaque dado a Louis Lane (Amy Adams) causa certa estranheza e por vezes soa um pouco forçada, embora atenda as necessidades do conjunto. A escolha de Michael Shannon no papel de vilão Kryptoniano não podia ser mais feliz, já que concedeu ao personagem uma magnitude de contornos fantásticos incrivelmente fascinante, auxiliado pela presença de Antje Traue. O roteiro aborda bem o universo do Homem de Aço, e acima de tudo, em aspectos diferentes e inéditos na telona. A narrativa aplicada por Zack Snyder para essa produção sobre as origens do personagem soa um pouco arriscada em vários momentos, como no uso exagerado de flashbacks se mostra excessivo e desrespeitoso com a cronologia dos acontecimentos. O efeitos visuais, exagerados que fazem lembrar várias outras superproduções de sucesso cansam um pouco (o tom grandioso e épico nem sempre funciona acertado como um relógio). A icônica trilha sonora é substituída por uma trilha diferente. Entre erros e acertos, Snyder nos apresenta uma aventura nos moldes de superproduções do gênero, bem realizada, mas diferentemente do que se esperava.

Havia uma promessa de reinvenção nessa produção que não se cumpriu devidamente. Os nomes de Christopher Nolan e David S. Goyer associados a essa produção (após a materialização de uma franquia milionária através de Batman) aliados a um diretor experiente na condução de transposições de HQs para telona (300 e Watchmen), deixou fãs em polvorosa. Obviamente mais pela associação de Nolan ao projeto, do que propriamente de Snyder, que somente tinha em sua filmografia um único sucesso de bilheteria apesar da oscilante genialidade. Embora "O Homem de Aço" seja um filme de ação impressionante (diferente do que se viu antes acerca do personagem) não é revolucionário como se imaginava. Naturalmente é uma história competentemente orquestrada e respeitosa ao personagem, repleta de bons momentos e merecidamente necessária. Contudo demonstra dividir opiniões, apesar da receptividade nas bilheterias que lhe garantem uma provável continuação.

Nota:  8/10

6 comentários:

  1. Gostei do texto.
    Assisti ao filme dia 29/06 em um pré-estreia, e saí de lá em êxtase.
    Mas olhando depois, vi que o filme tem algumas falhas, mas ainda assim conseguiu fazer o que se propôs, que era revitalizar o Superman nas telonas. Ontem acabei vendo de novo, e confesso que me emocionei de novo em 3 partes!
    Não é o melhor filme do mundo, mas é o que era preciso pro Super voltar a ter algum destaque. Tanto que hoje anunciaram a continuação, contando com a participação do Batman.
    Vamos torcer!

    Grande abraço!

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    1. Interessante isso. Me deu ideia para post específico em relação a essa notícia. Vlw déh

      abraço

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  2. Olá Marcelo...

    Parabéns pelo texto e parabéns também pelo Blog! Muito interessante. Gostei do seu texto sobre o Superman porque ele reflete o que todos pensamos, ou seja, um filme bom, mas que na expectativa de ser ótimo e agradar à todos, ou à muitos, exagera um pouco em algumas questões. Isso não compromete o resultado final que em minha opinião (como vc já leu lá no meu Blog) é segurado pelo ótimo elenco que dá credibilidade à história.

    O uso dos flashbacks eu acredito que foi uma tentativa de Snyder de escapar daquelas longas sequencias iniciais que sempre marcam filmes de super-heróis, nas quais os primeiros 30 ou 40 minutos de um filme se desenrolam apenas para contar a origem do personagem. Embora exija maior atenção do público em função da descontinuidade da narrativa eu acho que ficou bom.

    Valeu pela visita lá no meu Blog Marcelo. Espero podermos ir trocando figurinhas! rs rs

    Gde. Abc.

    Marcelo.

    marcelo-antologias.blogspot.com.br

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    1. Obrigado por retribuir a visita xará. E claro que sempre estou aberto a essa troca de figuras, caso contrário não faria contato! Ao meu modo de ver (e imagino que você concorde comigo) é a melhor parte da blogosfera. Mais uma vez obrigado!

      Até a próxima!
      abraço

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  3. Eu não esperava muito desse filme e acabei gostando. Eu não sei porque mas acabei lembrando de Indepedence Day .-.

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    1. Também não sei porque remeteria a lembrança de "Independece Day", mas ambos tem em comum serem filmes arrasa-quarteirões em sua estética. Talvez seja isso...

      abraço

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