domingo, 23 de junho de 2013

Crítica: Jack Reacher – O Último Tiro | Um Filme de Christopher McQuarrie (2012)


Jack Reacher (Tom Cruise) é um ex-militar, aposentado de uma Unidade de Investigações Especiais do Exército, vive a margem da sociedade em completo anonimato. Quando um misterioso atirador alveja cinco pessoas em uma área pública, levando as investigações a um criminoso de guerra impune dos tempos do Iraque e antigo conhecido dele, James Barr (Joseph Sikora), que sofreu agressões que o levam a ficar em coma sem perspectiva de sobrevivência ou chances para uma defesa, Reacher reaparece deixando a advogada de defesa, Helen Rodin (Rosamund Pike) e o chefe das investigações de homicídios assombrados. Sem dúvidas da culpa do atirador, devido ao conhecimento sigiloso que detém sobre sua pessoa, e as indubitáveis provas contra o assassino, aos poucos Jack Reacher começa a perceber que as pistas que levaram a polícia ao perturbado atirador, não passa de uma distração para encobrir uma verdade conspiratória oculta nesses assassinatos. Jack Reacher – O Último Tiro (Jack Reacher, 2012) é um filme de ação policial estadunidense baseado no personagem de livros policiais do escritor britânico Lee Child, que leva o nome do protagonista ao título dessa produção. Com uma estrutura de composição afinada e uma trama expressivamente ágil e marcada pelos clichês do gênero, essa produção impressiona pelo progresso metódico do enredo conduzido por um protagonista igualmente metódico, resultando em programa inteligente que envolve o espectador desde os créditos iniciais.


Se “Jack Reacher – O Último Tiro” não é nenhum exemplo de inovação narrativa, muito por estar arraigada em outras produções, esse longa demonstra fluência em sua proposta de entretenimento, aqui co-escrito e dirigido por Christopher McQuarrie, responsável pelo brilhante roteiro de “Os Suspeitos” (1996) e pela direção do desinteressante “A Sangue Frio” (2000). E se McQuarrie se apresenta competente em sua transposição cinematográfica do lendário investigador Jack Reacher, Tom Cruise demonstra à vontade em sua interpretação: meticuloso, ímpeto, convenientemente durão e com ataques de espontaneidade improvisada. Certos contornos de seu personagem nessa produção remete a lembrança a outros personagens interpretados por ele, como Ethan Hunt (Missão Impossível, 1996) ou Roy Miller (Encontro Explosivo, 2010) demonstrando seu gosto pelo perfil de herói inteligente e obstinado - Jack Reacher vê na justiça algo maior do que a importância do certo e errado. Em contraposição temos Jay Courtney como ferramenta inquisidora a serviço de um vilão sinistro e intimidador, interpretado pelo cineasta Werner Herzog.

Jack Reacher – O Último Tiro” envolve o apreciador de produções arrojadas com ar oitentista encrustado em sua estética de ‘tira bom e tira mal’ - nessa produção Tom Cruise deu folga ao tira bom, além de uma participação Hollywoodiana a Robert Durvall em um desfecho extremamente exagerado. Trata-se de uma produção bem realizada, conduzida com astúcia, que apresenta um amadurecimento de Christopher McQuarrie na direção, dando consequentemente indícios dele se tornar uma possível promessa para o futuro.

Nota: 8/10

2 comentários:

  1. nossa, como vc e o hugo são bonzinhos com esse filme ruinzinho. eu dei 3 no imdb. ah, e não é último tiro. essa péssima invenção do complemento do nome é só no brasil. beijos, pedrita

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    1. Já assisti ao segundo, mas acho que o primeiro tem mais charme. Ambos são interessantes, que mesmo em si tratando do mesmo personagem, os enredos se mostram ao fim filmes bem diferentes.

      bjus

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