quarta-feira, 1 de maio de 2013

Crítica: Transformers | Um Filme de Michael Bay (2007)


Esse filme é a oficialização da verdadeira vocação do cineasta Michael Bay em fazer grandes filmes. Evidentemente em tamanho. Responsável pela condução de filmes como: “Bad Boys, 1995", “Armagedon, 1998”, “A Ilha, 2005”, entre outros; tudo o que ele havia feito antes dessa produção não passou de um mero exercício acadêmico para a realização de um grande feito: a transposição para o cinema dos famosos robôs da fabricante de jogos e brinquedos Hasbro. Esses robôs gigantescos, criados a partir de efeitos especiais inovadores, num roteiro provido de bom humor e muitas, mas muitas explosões demonstra claramente que Michael Bay está para "Transformers" (Transformers, 2007), como o mesmo para o diretor. E sem cerimônias foi apresentando dentro do que era possível, a razão da existência desse longa. Nas mãos de um pretensioso cineasta, querendo mostrar talento narrativo, dosaria a trama em pequenas aparições desses cibernéticos extraterrestres, quando ao final daria para contar nos dedos as cenas emocionantes derivadas dessas aparições. Michael Bay ao contrário, famoso por conduzir espetáculos visuais intercalados com atuações – medíocres na maior parte do tempo – completa se trabalho de modo positivo pelo conjunto técnico refinado, climatização envolvente e seu estilo de entregar ao espectador o que ele deseja sem rodeios. Por mais apedrejado e criticado que o cineasta possa ser, o seu talento é inquestionável quando se trata de orquestrar superproduções do gênero. Com uma trama estrelada por gigantes robôs com infinito poder de destruição, divididos entre Autobots (os bonzinhos) e Decepticons (os vilões), eles travam uma batalha para recuperar um artefato chamado o “Cubo”, que pode dar fim a uma guerra que se arrasta a milhares de anos. Assim inicia-se uma busca pelo Cubo, cujo conhecimento do paradeiro dele está de posse de Sam Witwicky, um jovem desavisado interpretado por Shia Labeouf, que ganhou um carro (Camaro) de seu pai, e que na verdade era um Autobot disfarçado.


Todo resto é pura decoração de conveniência: papel da bela Mikaela (Megan Fox), obsessão romântica do jovem que o auxilia na missão de encontrar e proteger o Cubo; a presença do Capitão Lennox (Josh Duhamel), representação do elemento militar americano disposto a tudo para ajudar a defender; e o Agente Simmons (John Turturro), uma versão caótica da inteligência americana, porém ao mesmo tempo, profundo conhecedor da existência dos Transformers. Enfim, vários personagens que servem como ferramenta de pano de fundo para exibir os melhores efeitos especiais criados pela Industrial Light & Magic desde que Spielberg nos apresentou “Jurassic Park”. Sem dúvida o elemento de maior importância da trama, consiste nos personagens criados em CGI, totalmente diferentes do que qualquer fã convicto imaginava poder algum dia testemunhar em vida.  As transformações dos carros em enormes robôs são fascinantes. Entretanto os confrontos armados entre Autobots e Decepticons nas ruas de Los Angeles são de cair o queixo, mostrando a magnitude da produção no melhor estilo de cinema pipoca. Em especial a batalha de Optimus Prime contra Megatron – apesar dos diálogos horríveis que completam os golpes e disparos da dupla – o visual é espetacular. Tirando alguns cortes apressados de pouca harmonia, seu acabamento técnico é bem realizado. Sua trilha sonora composta por vários artistas de renome dão um ar moderno a produção. Uma direção de fotografia belíssima dão os contornos ao visual que esbanja esmero.

O ator Shia Labeouf carrega bem a responsabilidade de ser o personagem humano de maior importância desse longa, embora não seja a figura mais esperada de ser vista no filme. Suas divergências emocionais, problemas financeiros, a postura nerd vista com preconceito pelos colegas, os pais complicados que complicam sua vida; são problemas característicos de jovens comuns, mas que em seu caso seria o menor de seus problemas. Inclusive o roteiro brinca com isso, quando lhe perguntam por que foi preso. A resposta é hilária, como outras passagens bem humoradas que se espalham pelo filme dando o tom descompromissado a produção. E graças ao bom humor desse longa – que jamais conseguiria se firmar somente com os efeitos especiais ou com uma suicida tentativa de ser levado a sério – é que faz de “Transformers” um filme de divertimento interessante, apesar de estar carregado de clichês, soluções maniqueístas, e um roteiro pobre em sua essência – os diálogos bobocas desagrada até os menos exigentes. Mas mesmo repleto de deficiências, algumas gritantes, essa aventura ainda assim demonstra vigor e se propõe a ser um bom programa para qualquer um, jovem nascido antes ou depois da década de noventa. 

Nota: 7/10

2 comentários:

  1. Cara...eu não assisti até hoje por puro preconceito mesmo. O outro motivo é a falta de tempo que me faz escolher melhor os filmes que vou assistir. Mas enfim. Lembro-me que anos atrás eu achei Bad Boy bacana e Armageddon meia boca. Não conheço o restante do trabalhop do Bay. Agora essa Megan Fox não me desce. Não vou com a cara dessa guria e nem sei ao certo porque. vai entender.

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  2. Eu sou fã da animação desses personagens, consequentemente me agrado pela versão live action só pelo fato dela existir. Está longe do ideal, porém não vejo muitas possibilidades em tornar respeitável sua realização. A soma de efeitos visuais bacanas com uma dose de humor é sem dúvida o melhor que se pode extrair do enredo em volta dos personagens.

    abraço

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