quarta-feira, 24 de abril de 2013

Crítica: Ninja Assassino | Um Filme de James McTeigue (2009)


É estranho como em tese uma promissora produção consegue se distanciar tanto de alcançar o sucesso. Essa produção sofre desse mal. Ao tentar transpor uma produção onde o enredo gira em volta dos ninjas - que era segundo a história um agente secreto do Japão Feudal especializado na arte de guerra não ortodoxa e foram ao decorrer dos anos imensamente explorados por várias expressões artísticas que expandiram um mito em relação a esses lendários guerreiros - seus realizadores lamentavelmente perderam-se em sua pretensão. Se bem me lembro, em si tratando da sétima arte, qualquer filme de ninja dos anos 80, por mais tosco que fosse, era bem melhor do que esse exemplar com ares de nostalgia e uma sensação de inovação incrustada em sua estética. Antiquadas fitas (VHS mesmo) como "American Ninja(1985), ou "American Ninja 2 - The Confrotation(1987), estrelados pelo esquecido Michael Dudikoff, se mostraram enfim, muito mais interessantes do que essa produção chamada "Ninja Assassino" (Ninja Assassin, 2009) dirigida pelo pupilo preferido dos criadores da fantástica trilogia "Matrix". Apesar dos avanços técnicos da indústria cinematográfica e da infinita disponibilidade de recursos que esse subgênero hoje dispõe a seu favor, é inconcebível que o resultado apresentado ficasse tão abaixo das expectativas se comparado a sua inspiração.

Na história de “Ninja Assassino” acompanhamos Raizo (Rain) que foi tirado das ruas ainda quando criança e treinado pelo Clã Ozunu – uma sociedade secreta composta por ninjas assassinos – para ser um assassino mortal também.  Mas apesar de seus ensinamentos e sua aptidão para executá-los, Raizo se rebela sob o tormento da lembrança da execução de sua amiga pelo Clã. Afastado de suas raízes, e distante de sua terra, ele aguarda pelo momento certo da vingança. Paralelamente em Berlim, uma agente da Europol chamada Mika Coretti (Naomie Harris) rastreia dados financeiros ligados a assassinatos políticos executados por uma rede de assassinos do Clão Ozunu pondo sua vida em risco. Raizo a salva e assim o destino leva esses dois personagens a uma aliança, pois serão alvos de uma incessante caçada por esses letais guerreiros.

Diante de uma premissa simples e mal realizada, McTeigue apresenta inúmeras escolhas equivocadas na construção de seu longa. Desde a escolha do elenco, completamente apagado, a composição do clima que não envolve o espectador. Falhas inadmissíveis para uma produção que leva nos créditos o nome dos produtores responsáveis por um dos grandes filmes ícone da cultura POP materializada na trilogia protagonizada por Neo não pode pecar com sutis detalhes, pois em grande escala, acabam por ser ofuscantes. O arrojo visual e os maneirismos técnicos que marcaram sua filmografia estão lá como previsto, mas sem o efeito mágico de outrora. Mas Mcteigue não deixa tudo a perder, a exemplo disso, as cenas de luta estão bem coreografadas, porém exageradamente sanguinolentas e frenéticas, dando a sensação de apelo aos sádicos como solução para a pobreza do conjunto da obra. Sua câmera está um pouco perdida nas gravações dessas lutas, como quanto no rumo de sua história, que não se presta ao trabalho de criar uma misera reviravolta ou alguma profundidade em sua proposta. Em resumo, “Ninja Assassino” vale ver por curiosidade, já que a melhor coisa dessa produção na minha humilde opinião é o cartaz no topo desse post.

Nota: 4/10  

3 comentários:

  1. Os filmes de ninja dos anos oitenta tinham a seu favor as lutas encenadas sem o exagero das novas produções, que apelam para ação frenética como você bem citou e as vezes pulos e saltos absurdos, seguindo um estilo que mistura "O Tigre e o Dragão" com as lutas semelhantes a "Matrix".

    Legal você citar Michael Dudikoff, um dos astros da falecida produtora Cannon.

    Abraço

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    1. Eu gostava desse ator. Você sabia que esses filmes de ninja que ele protagonizou nessa franquia que mencionei, ele foi capaz de fazer, sem nunca ter qualquer conhecimento em artes marciais? É pura encenação. Nem dá para perceber isso, de tão bons que ficaram.

      abraço

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