quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Crítica: Zumbilândia | Um Filme de Ruben Fleischer (2009)



Depois de centenas de produções inspiradas em zumbis, entre necessárias como a de George Romero, e centenas de outras descartáveis e inegavelmente esquecíveis a esse subgênero do horror, os zumbis já haviam há muito tempo virado uma piada sem graça nos cinemas, apenas sobrevivendo do mercado de vídeo. Assim o estreante Ruben Fleischer em parceria com os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick criaram “Zumbilândia” (Zombieland, 2009), uma produção de terror e comédia bem divertida, e que com muita criatividade bebe da fonte de Romero de forma carismática e estilosa, mas imprime algumas qualidades bem particulares. Na trama acompanhamos Columbus (Jesse Eisenberg) um jovem nerd repleto de regras que segue religiosamente. Tallahassee (Woody Harrelson) um sobrevivente graças ao sua capacidade natural de matar zumbis desprovido de medo e remorso. Num mundo devastado por uma infestação de mortos-vivos, perigosos e famintos por carne humana, eles formam uma parceria inusitada. Certo dia, ambos cruzam o caminho das irmãs Wichita e Little Rock (Emma Stone e Abigail Breslin) também sobreviventes, e igualmente perigosas por sua habilidade de roubar e enganar aqueles que se apresentam como uma ameaça ao elo da antiga normalidade.

Se o trabalho Ruben Fleischer soa como um frescor ao gênero, muito se deve ao entrosamento do elenco. Harrelson está bárbaro em seu papel, mostrando o quanto é um ator incompreendido em hollywood, como o restante do elenco jovem dá um tom de clima de filme estudantil escrachado feito sob medida para tirar boas risadas, mesmo sob as mais duras tensões. Já nos créditos iniciais pode-se constatar o quanto Fleischer tem estilo visual, e sabe fazer de uma brincadeira um bom trabalho. As mórbidas caracterizações dos zumbis são bem feitas, apesar de se comportarem de forma nada original. O que não afeta o resultado final, já que o foco da narrativa está mesmo nos vivos. O contraste do mundo real com a ficção é um bom exemplo da habilidade e consciência da narrativa de Fleischer: Bill Murray tem uma participação especial interpretando ele mesmo, com direito a uma homenagem aos “Caça-Fantasmas” (filme cult e sucesso inatingível do ator) e tudo. Com uma produção de cerca de 23 milhões, faturou mais de 100 milhões em bilheteria, demonstrando que sua narrativa tem potencial de sobra para se sustentar, e porque não dizer, se prolongar em uma sequência no mesmo estilo. Em resumo,  “Zumbilândia é puro entretenimento, bem realizado e divertido, como as vezes engraçadíssimo jogando uma luz no futuro desse gênero que já estava virando piada sem graça.

Nota: 8/10

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