segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Crítica: Na Mira do Atirador | Um Filme de Doug Liman (2017)


Iraque, em 2007. Durante a reconstrução do país após um período devastador de guerra, os sargentos do Exército dos Estados Unidos, Shane Matthews (John Cena) e Allen Isaac (Aaron Taylor-Johnson) são surpreendidos por ver um canteiro de obras de um oleoduto isolado no deserto repleto de operários mortos. Os operários obviamente foram alvejados por um atirador de elite inimigo. Os dois esperam e observam o território por várias horas e quando convencidos de que a área é segura, passam a investigar de perto o canteiro de obras. Mas para a surpresa dos dois, ambos são alveados repentinamente por um atirador iraquiano. Enquanto um dos soldados é fortemente ferido e fica desacordado, um deles é apenas ferido no joelho e tem apenas os destroços de um muro como proteção do atirador inimigo.  O muro é a única coisa que o separa de uma morte rápida. “Na Mira do Atirador” (The Wall, 2017) é um thriller de guerra estadunidense escrito por Dwain Worrel e dirigido por Doug Liman. Produzido pela Amazon Studios (esse foi o primeiro filme produzido pelo estúdio), seu irrisório orçamento de 3 milhões rendeu uma pobre bilheteria de 4,5 milhões e dividiu opiniões pelo mundo quanto a sua eficiência.

Sem os espetáculos pirotécnicos comum dos filmes de guerra, “Na Mira do Atirador” é capaz de agradar espectadores que buscam filmes desprovidos de exageros. A maior batalha que o espectador vai acompanhar é verbal, possibilitada pela funcionalidade de um rádio comunicador. Mas o filme surpreende pela premissa original, pelo desenvolvimento consciente de sua proposta e pelo bom preenchimento do seu tempo, ainda que seus 80 e poucos minutos de duração não sejam um representativo desafio para um realizador com a reputação do diretor Doug Liman. O elenco é enxuto e também bastante funcional, onde Aaron Taylor-Johnson segura bem o papel principal e consegue prender a atenção do espectador com um bom nível qualidade. Embora a escolha da direção tenha recaído sobre os ombros de Doug Liman, responsável por arrasa quarteirões como “A Identidade Bourne” e “No Limite do Amanhã”, sua presença pode ser considerada apenas como atrativo de seu nome e reputação sobre a produção (um convencional apelo do departamento de merchandising), já que toda a sua experiência não transparece no conjunto da obra. O desenvolvimento da trama é acanhado, contido e cerebral, onde não explora as aptidões de seu realizador em construir cenas mágicas de ação emocionante.

Além do mais, Doug Liman não consegue manter a atmosfera de tensão necessária por toda a duração da trama, onde o enredo passa por dramas pessoais do protagonista, sobre a necessidade da presença das forças militares americanas no Oriente Médio e suas consequências e curiosamente dispara um desfecho acertado para a proposta, mas apressado em sua realização, pois não denota a urgência dessa medida. Sobretudo, “Na Mira do Atirador” pode ser um bom filme que está na mesma linha narrativa de “Campo Minado”.

Nota:  7/10

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