quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Crítica: O Espetacular Homem-Aranha | Um Filme de Marc Webb (2012)



É difícil falar da presença do aracnídeo nas telonas sem fazer menção ao trabalho de Sam Raimi, que dirigiu três filmes protagonizados pelo herói. Ao primeiro (Homem-Aranha, 2002), que apresentou sua visão do “negócio” ao mundo de maneira que não somente faturou um dinheirão como também abriu os olhos dos executivos para seu potencial, o segundo (Homem-Aranha 2, 2004), que somente enfatizou o carisma que o personagem exercia sobre o publico criando o extraordinário filme da série, e por fim, o terceiro filme (Homem-Aranha 3, 2007), o menos sucedido, mas também interessante, que se perdeu um pouco ao querer satisfazer vários fãs ao mesmo tempo quando inseriu uma infinidade de personagens diferentes e complexos num único episódio sem um roteiro tão cuidadoso quanto os anteriores – a responsabilidade do equívoco é assumida pelo produtor Avi Arad em tom de lamento. O filme perdeu como consequência vários elementos particulares que consagraram essa franquia. Observando a retomada do “negócio” através de "O Espetacular Homem-Aranha" (The Amazing Spider-Man, 2012), essa realização somente vem a selar a grandiosa importância do personagem e seu legado aos saudosos fãs e eventuais espectadores, como também e senão principalmente, de como o visionário cineasta Sam Raimi o consagrou de forma tão natural mesmo sob a pressão de estar comandando um fenômeno de bilheteria que faturou mais U$$ 2,5 bilhões. Através desse novo capítulo na saga do herói o diretor Marc Webb (500 Dias com Ela) vem à promessa de se aprofundar mais nas origens do personagem adotando uma narrativa mais fiel aos quadrinhos de Stan Lee como uma abordagem mais sombria e profunda dos personagens ligados ao Homem-Aranha – mais necessariamente ao pai do Homem-Aranha.

A história começa com o desaparecimento dos pais de Peter Parker (Andrew Garfield) ainda quando criança, quando em seguida é levado aos cuidados da Tia May (Sally Field) e do Tio Ben (Martin Sheen). Alguns anos depois com Parker tendo seus olhos voltados apenas para o estudo e para Gwen Stacy (Emma Stone) ocasionalmente tem que lidar com problemas de sociabilidade no colégio. Numa guinada do destino, quando suas maiores preocupações ainda consistiam em sua paixão platônica pela garota perfeita e nos fascinantes estudos aos quais ele era fascinado, ele é picado por uma aranha geneticamente modificada que além de lhe conferir grandes poderes, também atribui a Parker uma grande responsabilidade. Após a morte de seu tio num desalmado assassinato, Peter encontra em seus poderes uma oportunidade de fazer justiça com as próprias mãos, que o leva a um confronto com o vilão Lagarto (Rhys Ifans) cujos poderes oriundos do mesmo princípio genético o tornam um adversário perigoso e letal. 

Essa produção está repleta de surpresas, umas boas e outras ruins. Dentre as boas vem à escolha do elenco que supera as expectativas, mesmo que no caso de Andrew Garfield abandone a postura de jovem bobão que o espectador presumidamente esperava. Houve uma espécie de atualização no personagem mais coerente com a atual condição dos jovens. Como já dá indícios de sua pretensão à carreira fotográfica que é marca do personagem, além de também delinear seu laço de amizade com o doutor Curt Connors que sempre de forma sutil era sugerido ser o próximo antagonista do Homem-Aranha nas produções de Sam Raimi e que nunca se concretizou realmente. A escolha do par romântico de Parker não podia ser melhor, pois rola uma química entre o casal que não deixa a desejar de forma alguma, mesmo que a atriz não faça jus ao papel de assistente do Doutor Connors de forma coerente. A probabilidade de uma estudante por mais brilhante que possa ser é distante de uma possível realidade convencional. Culpa do roteiro recauchutado de Alvin Sargent, James Vanderbilt e Steve Kloves, que de todas as formas fazem com que os personagens se interliguem de forma pessoal.  E o Doutor Connors interpretado por Rhys Ifans nos traz um oponente fascinante à tela ao ser composto com a profundidade necessária. O Lagarto é uma combinação da interpretação de Ifans com a sobreposição de efeitos visuais, na qual o personagem perde o grande focinho de sua referência nos quadrinhos ganhando feições mais humanas para refletir visualmente o trabalho de Ifans.

Quando Sam Raimi transpôs sua versão do herói aracnídeo descartou de primeira a possibilidade de Peter Parker criar por si só o lançador de teia que o personagem tem preso a seus pulsos, porque achava que algo tecnologicamente tão moderno não poderia sair da mente de um mero estudante. Não somente por uma questão de criação, mas também pela difícil e improvável capacidade de execução de um aparato dessa natureza. Assim, junto com seus demais poderes de aranha Peter Parker recebeu a capacidade física de disparar as teias naturalmente.   No caso de Webb, optou por seguir sua fonte dos quadrinhos que prega o uso de um acessório. Fico com a escolha sensata de Raimi sem condená-lo. O lançador de teia podia funcionar bem no formato dos quadrinhos, mas no formato cinematográfico flerta como sendo um devaneio extraordinário distante da realidade. O filme de Marc Webb exibe efeitos visuais mais realistas, que não se sustentam apenas no CGI. “O Espetacular Homem-Aranha” abandonou um pouco a revolução digital e investiu na aplicação de dublês que se penduraram em gruas de até 90 metros de altura. As cenas de ação ficaram curtas, mas ao mesmo tempo bacanas. Tem uma sequência meio videogame um pouco forçada, mas necessária para dar a noção da perspectiva do herói em ação. E a aparição certa de Stan Lee nessa produção certamente ganha o prêmio de melhor aparição de todos os filmes nos quais ele já perambulou. 

Marc Webb vem com uma proposta inovadora de se aprofundar mais no universo do herói ao abordar o passado de Richard Parker e a influência que ele teve sobre o destino de Peter. Apesar dessa pretensão é inegável que “O Espetacular Homem-Aranha” não passe de um reboot do trabalho de Raimi, pois ao contar todos os acontecimentos em volta de como Peter Parker transformou-se no Homem-Aranha, possivelmente poderia ser ignorado alguns detalhes e presumindo que essa questão não se trata mais de nenhuma novidade. Essa repetição pode ser vista como desgastante depois da trilogia de sucesso de Raimi protagonizada por Tobey Maguire. Apesar do resultado satisfatório dessa produção, pelo conjunto da obra, o anúncio da reinvenção da série ainda assim apresentou apenas um esboço do que poderia ter sido deixando margem para outras convenientes continuações. 

Nota: 7/10

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Crítica: Aeon Flux | Um Filme de Karyn Kusama (2005)



Baseada na estilizada animação criada por Peter Chung na década de 90, mais precisamente em 1995, essa produção cinematográfica com ares de ficção cientifica revolucionária somente demonstrou o quanto o desenho era inovador e a frente de seu tempo, pois o filme Aeon Flux (Aeon Flux, 2005), revelou-se um tédio narrativo que estragou uma boa ideia. Se prendendo ao visual futurista inegavelmente projetado na medida, essa produção fica desprovida de uma linha narrativa coerente com a história da heroína e suas emoções particulares. Na trama, acompanhamos o informativo preliminar de que em 2011 um vírus dizimou 99% dos seres humanos, e 400 anos depois os sobreviventes passaram a residir confinados na cidade de Bregna sobre os cuidados de um governo ditatorial.  Aeon Flux (Charlize Theron) é uma assassina que trabalha secretamente para um grupo rebelde que age à surdina chamado os Monicans, e que intenciona destruir o governo que julga corrupto. Recebendo ordens de Handler (Frances McDormand), Aeon é nomeada a assassinar Trevor Goodchild (Marton Csokas), governante de Bregna e também possível responsável pela a morte de sua irmã. Porém quando diante do cumprimento de sua missão ela vacila a levando a descobrir segredos escondidos em volta da real condição do planeta.

Uma adaptação mal feita de uma complexa animação no final só tinha que naufragar. Além de se distanciar de suas origens, busca inspiração em outros personagens consagrados (Tomb Raider) que remetem inevitavelmente a lembrança caindo por fim em descredito. Qualquer semelhança com o trabalho de animação original foi pura sorte da produção ao conseguir que o roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi mesclasse tudo em uma única história. Por mais que bem intencionados os roteiristas fossem, trata-se de uma trama difícil de destilar num único episódio sem ter um profundo conhecimento da personagem principal, suas motivações, entre outros elementos fundamentais dentro série animada que era exibida na MTV. Dentre as escolhas erradas no formato dessa produção, a escolha da protagonista e principalmente do elenco de apoio destacam-se. Apesar do intenso treinamento de Charlize nas dependências do Cirque du Soleil”, para preparar sua personagem, as cenas de ação ficaram insonsas e sem efeito numa trama onde justamente poderia ser a salvação. Muito pela falta de capacitação da direção de Karyn Kusama em captar os melhores ângulos para criar uma climatização apurada, temos ao mesmo tempo, os demais personagens desinteressados que perambula pela tela sem a capacidade de despertar algum interesse no público, que nos devaneios de presunção da diretora, já estava garantido pela presença da belíssima atriz sul-africana Charlize Theron. 

Apesar da premissa interessante do filme, no contexto de lançar essa animação de Peter Chung em live action a qual estou me referindo, esse longa-metragem amargurou nas bilheterias americanas e sucessivamente internacionais. Foi ocultado da imprensa especializada antes da estreia com o fim de não interferir na opinião do espectador, porém isso não impediu de ser atingido por um inevitável fracasso a longo prazo. Seguindo uma linha criativa e uma tendência de maior destaque hoje, onde mulheres fatais encabeçam grandes produções de Hollywood, deixando qualquer marmanjo de queixo caído literalmente, “Aeon Flux” possivelmente não entra na lista de ninguém como a mais fatal de todas. Angelina Jolie, Zoe Saldana, Gina Carano são bem mais mortais do que Charlize Theron. Inclusive Milla Jojovich se sai melhor em “Ultraviolet”, outra ficção cientifica com um roteiro sem pé nem cabeça, mas porque ela chuta e atira como ninguém mesmo.

Nota: 4/10

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Crítica: Os 12 Macacos | Um Filme de Terry Gillian (1995)



Filmes de ficção científica onde a viagem no tempo é o combustível que movimenta toda a trama sempre desperta algum fascínio sobre o espectador comum. Principalmente a mim, confesso. Ainda mais quando Hollywood junta grandes astros do cinema (Bruce Willis, Brad Pitt e Madeleine Stone) numa parceria com um cineasta autoral como Terry Gillian, para criar uma atmosfera única em um longa-metragem que até pode não superar outras de suas obras (Brazil), mas mesmo assim o filme "Os 12 Macacos" (Twelve Monkeys, 1995) mostra-se perfeitamente relevante aos fãs do gênero por sua competência e pontualidade climática. A história começa no ano de 2035. A humanidade sobrevive enclausurada no subterrâneo após a dissipação de um vírus na década de 90 que praticamente erradicou a raça humana da terra. A superfície do planeta acabou sendo dominada consequentemente pela vida selvagem que sobreviveu a ameaça mortal. Os poucos sobreviventes humanos que restaram, procuram meios para reverter à situação agindo das profundezas da civilização. Assim um grupo de cientistas envia “voluntários”, ora para ir a superfície buscar amostras biológicas do tal vírus nas atuais condições, ora no tempo, mais precisamente ao passado, para coletar amostras do vírus inalterado pelas condições do tempo e informações sobre um grupo chamado “Os 12 Macacos”, com a finalidade de criar uma cura eficiente. Nessa tarefa, James Cole (Bruce Willis) uma espécie de voluntário forçado viaja no tempo para localizar a causa do vírus e conseguir a informações relacionadas ao tal grupo. Não demora muito para que ele seja rotulado como louco pela doutora Kathryn (Madeleine Stone), ao profetizar sobre o holocausto viral que está por vir. E na clínica psiquiátrica acaba ao qual foi internado acaba conhecendo Jeffrey Goines (Brad Pitt), um paciente delirante que se revela ser uma peça fundamental sobre o misterioso grupo “Os 12 Macacos”.



O cineasta Terry Gillian criou uma ficção angustiante em um ambiente desolador. Uma produção cuidadosa em criar um mundo pós-apocalíptico coerente com a trama. Deprimente na superfície dominada pelos animais, evidentemente sucateada no subterrâneo pelos homens. Uma mistura de tecnologia retrô com uma capacidade tecnológica impressionante apesar das condições físicas. Porém, inclusive o presente momento anterior à tragédia biológica ganha um contorno cinza e subversivo que indica o caminho da humanidade. Mérito a uma belíssima direção de fotografia que viabilizou a importância dessa crescente medida. Se o futuro é perturbador visualmente, o presente dá indícios que independente de qualquer tragédia anunciada ele se direciona para isso. Ponto para a trilha sonora que acentua os momentos de reflexão que a trama carrega em seu contexto. O elenco encabeçado por Bruce Willis funciona bem devido ao esmero do roteiro que explora as possibilidades geradas pela premissa de forma inteligente, e não complicada. E se Willis está bem como mensageiro do armagedon e salvador da pátria, visivelmente castigado por essa tarefa, diga-se Brad Pitt, no papel de interno em uma clinica psiquiátrica, numa interpretação alucinada que leva aos extremos sua capacidade de gerar personagens de grande delírio. Enquanto Madeleine Stone balança sobre sua interpretação, de cética profissional a seguidora inabalável desse herói, o roteiro cria uma transição estrategicamente convincente. E se as interpretações estão coerentes com o enredo, o material no qual consiste toda formulação da trama está melhor. O roteiro não deixa furos e a trama está bem disponibilizada ao espectador, com direito a reviravoltas que prendem a atenção e um desfecho que mostra porque essa produção não é apenas mais uma ficção científica costurada. Coincidências a parte, tudo tem explicação entre as óbvias e as sutis deduções apresentadas nas entrelinhas desse filme. 

Por fim, “Os 12 Macacos” é um filme competente em sua proposta. Não abusa de forma irresponsável das viagens no tempo, que geralmente são o calcanhar de Aquiles dessa temática. Como também apresenta a devida profundidade desse universo caótico criado por Gillian, mesmo tendo à corrida contra o tempo ao qual os personagens são envolvidos pela trama conspiratória e pelas revelações que desencadeiam toda a ação. Se você não assistiu ainda, volte até os meados da década de 90 e confira. Imperdível!

Nota: 8/10

Crítica: Thor | Um Filme de Kenneth Branagh (2011)



Um cineasta famoso por transpor as clássicas obras literárias de Shakespeare para as telonas foi incumbido de uma tarefa bem diferente da qual estava habituado a realizar. Quando apresentou ao mundo sua visão sobre a trajetória do filho de Odin, príncipe de Asgard através do filme "Thor" (Thor, 2011), que narra toda a história do heroico personagem dos quadrinhos da Marvel de maneira compacta, direta e acima de tudo, muito divertida, seguiu a linha narrativa formulada pelo estúdio da Marvel que consagrou outro personagem chamado Capitão América. Tanto um quanto o outro, foram adaptados para a telona como forma de preparação para uma tarefa mais ambiciosa que resultou no longa-metragem “Os Vingadores, 2012”. Com a história que nos familiariza com a juventude de Thor (Chris Hemsworth), suas amizades, sua relação com sua família e principalmente, com seu pai Odin (Anthony Hopkins) e seu irmão Loki (Tom Hiddleston), nos é apresentado toda glória e onipotência do reinado de Asgard. E sob o brilhantismo desse mundo fantástico no qual Thor reside, ele decide contrariar o desejo de seu pai revidando um ataque feito pelos Gigantes de Gelo oriundos de um distante planeta chamado Jotunheim. Pela insubordinação é exilado no planeta terra por seu pai como forma de punição pela quebra da trégua entre os povos que no passado travaram grandes batalhas. Agora Thor sem poderes, em solo terráqueo, sofre o castigo ditado por seu pai pela arrogância que tem demostrado ao lidar com o poder do “Martelo”. Na terra conhece uma jovem astrofísica chamada Jane Foster (Natalie Portman) que o ajuda a reconquistar seu poder e salvar seu planeta natal das circunstâncias inesperadas que o afligem.

A trama segue uma linha narrativa onde acompanhamos a trajetória de Thor na terra em paralelo com o golpe arquitetado para destronar Odin em Asgard. Enquanto observamos o processo de adaptação de Thor com a civilização terrena, começamos a entender o plano maquiavélico de seu irmão para garantir a sucessão do trono, que por direito era destinado a Thor. Entre os dramas que a família real vivencia, e as circunstâncias extraordinárias as quais a jovem Jane é exposta, toda trama flui de forma natural e coerente. O acaso de seus destinos se cruzarem reformula os conceitos do personagem título, influenciando sua personalidade e comportamento. De uma postura arrogante, grosseira e imatura, aos poucos o Deus do Trovão ganha contornos de guerreiro solidário que lhe consolidam como um herói digno de empunhar Martelo (símbolo do poder que lhe é conferido). A privação do poder lhe conferiu graça maior. Trata-se de um filme erguido através de inúmeros efeitos visuais. Asgard propriamente é desenvolvida totalmente em computação gráfica lhe conferindo contornos belíssimos e de acabamento visual bem apurado. Enquanto o planeta Jotunheim ganha uma estrutura visual sinistra e desoladora salientando as evidentes diferenças. As paisagens são visualmente criativas e bem delineadas com enquadramentos e ângulos abertos muito bem explorados.

E como se trata de um filme de heróis em quadrinhos, não podia faltar humor para acentuar a trama que muitas vezes extrapola na dramaticidade que gira em volta dos personagens a tornando desnecessariamente pesada. Independente da narrativa adotada, seu foco principal é o entretenimento. E a interação de Thor com a civilização humana arranca boas passagens cômicas que dão a leveza necessária à trama marcada por traição e discórdia. Convencer Jane de que ele veio de outro planeta não é uma tarefa das mais fáceis do mundo, considerando a perspectiva. E o clima romântico que rola entre os protagonistas é mais do que necessário para justificar a existência da personagem de Natalie Portman dentro do enredo. Por mais que haja inúmeros defeitos no conjunto, porque essas produções Hollywoodianas eventualmente causam consequentemente uma sensação de insatisfação crônica, “Thor” agrada e diverte na medida. Criado como uma necessária apresentação do personagem ao grande público, o resultado se apresenta satisfatório de forma atenuada. Não supera a invencibilidade carismática de “O Homem de Ferro” interpretado por Robert Downey Jr., mas não faz feio frente a outro vingador chamado Capitão América.

Nota: 7/10