quinta-feira, 26 de abril de 2018

Crítica: Killing Gunther | Um Filme de Taran Killan (2017)


Um grupo de assassinos internacionais decide matar Gunther (Arnold Schwarzenegger) um homem arrogante e considerado o maior assassino do mundo. Mas quando as coisas começam a dar errado porque Gunther sempre está à frente deles, o plano de mestre gera uma série de atrapalhados encontros. “Killing Gunther” (Killing Gunther, 2017) é uma produção estadunidense de ação e comédia escrita e dirigida por Taran Killan, que também é a sua estreia na direção de longa-metragem. Lançado antecipadamente em vídeo antes de estrear nos cinemas de maneira limitada, o filme gerou mais desagrados do que elogios. Sua mistura de ação e comédia estilizada não agradou muito aos fãs do astro austríaco, que depois de icônicas obras cinematográficas de ação que marcaram sua incursão no cinema (leia-se “Predador” e “O Exterminador do Futuro: O Dia do Julgamento), o nome do ator tem sido cada vez mais associado a projetos bizarros de cinema e a inexpressivos resultados de bilheteria (leia-se “Maggie: A Transformação). Infelizmente “Killing Gunther” vem a habitar a fase negra da carreira de Schwarzenegger e não agrega nada de positivo para sua filmografia.

A coisa mais engraçada em torno de “Killing Gunther”, talvez esteja em comentários voltados ao resultado dessa produção que foram produzidos por propensos resenhistas em portais de cinema como o IMDB. Exemplificando isso, um revoltado crítico amador chegou a comparar Schwarzenegger e sua carreira a um bom vinho. Onde afirma para seu desgosto, que ao contrário da bebida etílica, o ator não tem melhorado com o tempo. É fato que seus melhores filmes ainda se encontram no passado, mas também é louvável sua iniciativa de se manter em atividade na casa dos setenta anos. Embora seus filmes mais recentes não tenham a excelência dos trabalhos do passado mais distante, também é compreensível que o ator não tente provar mais nada para ninguém. De certa forma, a idade lhe permite. Sobretudo “Killing Gunther” tem um bom ritmo, boas piadas e um elenco principal de outros rostos conhecidos e talentos variados (Taran Killan, Bobby Moynihan, Cobie Smulders, Hannah Simone, Peter Kelamis, Aaron Yoo e Paul Brittain). O roteiro também brinca com a trajetória do astro e dissipa algumas frases icônicas de seus maiores sucessos.

Killing Gunther” é uma espécie de comédia de ação documental (se é que esse termo pode existir) que é em resumo, uma espécie de paródia de filmes de ação também. A coisa que eu mais lamento é o pouco tempo de exposição de tela que Schwarzenegger dispõe a seus fãs. Numa ligeira somatória, talvez tenha uns 10 minutos de sua verdadeira presença, o que é pouco considerando que se trata de filme de cerca de uma hora e meia. Meu conselho é que o espectador não assista com a expectativa de ver um grande filme, porque decididamente ele não é.

Nota:  5/10

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Crítica: Nem Tudo é o que Parece | Um Filme de Matthew Vaughn (2004)


Um ganancioso criminoso (Daniel Craig) fez fortuna negociando cocaína e ecstasy como se fosse um produto qualquer, sem jamais precisar sujar suas mãos ou abrir mão de seu anonimato. Mesmo jovem, ele pensa em se aposentar para poder aproveitar o dinheiro que já ganhou, mas antes precisa prestar alguns favores a Jimmy Price (Kenneth Cranham), um chefão do crime local. Um dos favores é encontrar a filha de Eddie Temple (Michael Gambom), um perigoso criminoso e o outro é que negocie um carregamento de ectasy, onde precisa encontrar um comprador para a droga. Esperançoso que essa prestação de favores seja a última barreira para a sua aposentadoria, logo vê que também podem ser o mal que a vida toda que ele procurou evitar. “Nem Tudo é o que Parece” (Layer Cake, 2004) é um longa-metragem de crime escrito por J.J. Connolly (baseado em sua obra literária) e dirigido por de Matthew Vaughn (na época constante colaborador do cineasta Guy Ritchie).  A princípio, Guy Ritchie iria dirigir essa produção, mas o diretor desistiu em virtude de problemas de agenda onde Matthew Vaughn assume a primeira direção de longa-metragem. Filme revelação do astro Daniel Craig, essa produção tem muita das características que marcaram o trabalho de Ritchie, mas não possui o mesmo charme e um punhado de outras qualidades que alçaram o Guy Ritchie ao sucesso.


Nem Tudo é o que Parece” é inteligente, amarrado e tem boas atuações. Seu enredo que se passa no submundo do crime Britânico, está repleto de personagens interessantes bem distribuídos no desenvolvimento da trama. Municiado de algum humor negro, cenas de violência e várias tramoias que se desenvolvem nos bastidores do crime, o filme segue a mesma linha de filmes que Matthew Vaughn passou a produzir para Guy Ritchie ao longo dos anos. Porém sua postura atrás das câmeras é mais contida, seguindo um método mais burocrático na hora de contar uma história, ao não agregar um toque autoral ao trabalho. Se a trama tinha a cara da filmografia de Guy Ritchie até aquele momento, a forma como ela se desenvolveu na tela não. Vaughn segue uma espécie de cartilha para se fazer um bom trabalho e não muda uma vírgula do leitorado. Mesmo assim, Matthew Vaughn apresenta um filme funcional, detentor de boas passagens e que prende a atenção do espectador que aprecia uma história pouco colorida. O filme cumpre a sua proposta e proporciona um bom inicio de carreira para o cineasta, que anos depois conseguiu emplacar filmes curiosos e majestosos sucessos de bilheteria. Sendo assim, “Nem Tudo é o que Parece” é um bom filme para quem gosta do gênero no qual se encaixa e um bom passatempo.

Nota:  7/10

terça-feira, 17 de abril de 2018

Crítica: Lady Macbeth | Um Filme de William Oldroyd (2016)


Inglaterra, 1865. Katherine (Florence Pugh) é uma jovem de poucas posses que é comprada por um rico dono de terras para servir como esposa para seu sombrio filho, Alexander (Paul Hilton), um homem mais velho e violento. Em meio a um vazio existencial e as dificuldades de tolerar um casamento sem amor, a jovem cede às investidas de um jovem empregado da propriedade. Desse ponto em diante, Katherine deixa para trás sua história de vítima de sua condição e abraça suas aspirações de desejo e ambição que aflora sua inclinação natural para maldade. “Lady Macbeth” (Lady Macbeth, 2016) é um drama de época britânico escrito por Alice Birch e dirigido por William Oldroyd. História livremente inspirada no romance de “Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk”, de Nikolai Leskov, o enredo de sua adaptação cinematográfica é preservado e que muito lembra as peças shakespearianas escritas pelo dramaturgo inglês que eram marcadas de tragédia e conflitos. Embora o filme tenha estreado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, onde agradou a critica e uma gama significativa de público, ele também é capaz de desagradar na mesma proporção a quem espera uma história de virada e justiça.

Lady Macbeth” não tem heróis ou quase vítimas que causem lamento. Praticamente ninguém de destaque presta no filme. E essa peculiaridade pode ser o calcanhar de Aquiles desse drama. De ritmo lento, interpretações sóbrias e enquadramentos quase que teatrais, o diretor William Oldroyd põe toda sua experiência adquirida nos palcos nessa empreitada que nos apresenta um enredo repleto de personagens de pouca índole e incapazes de causar empatia no espectador. E essa deficiência é gritantemente notada pelo público, o que causa uma sensação de desconcerto no espectador. Mesmo que a reconstituição de época seja de um primor presente nos menores detalhes, as interpretações de todo o elenco sejam dignas de aplausos e a atmosfera pesada que reina em sua narrativa esteja brilhantemente construída, “Lady Macbeth” causa uma ligeira revolta por sua condescendência com a impunidade. Embora um resultado diferente talvez não causasse o mesmo efeito ou atrapalhasse a força da história, a energia negativa que deixa é capaz de se mostrar incômoda. Por isso, “Lady Macbeth” é um daqueles dramas de grande competência e bem focados em seu propósito e que você ama ou odeia. Eu particularmente fico com a segunda opção.

Nota:  5,5/10

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Cartaz Alternativo: A Origem (Inception, 2010)

Fascinante trabalho de arte.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Resenha: O Grande Museu | Um Documentário de Johannes Holzhausen (2014)


O Kunsthistorisches Museum é um museu de belas-artes localizado em Viena, na Áustria. Inaugurado em 1891, é um dos mais antigos do gênero no mundo inteiro. Foi construído por Gottfried Semper e Karl von Hasenauer para acomodar a vasta coleção imperial dos Habsburgo que, ao longo dos séculos, foram os patronos das artes naquele país. “O Grande Museu” (Das große Museum, 2014) é um documentário de Johannes Holzhausen, que lança um olhar detalhado sobre a rotina de vida de um dos mais famosos museus de arte do mundo. Durante dois anos, o documentarista Johannes Holzhausen e sua equipe se aprofundaram nas dependências do museu, acompanhando de perto os bastidores do esforço de seus funcionários, curadores e peritos de mostrar ao seu público as obras de arte vindas de todos os lugares do mundo. Esse desafio é mostrado em detalhes, mais em visual do que em respectivas explicações didáticas, mas ao mesmo tempo, ainda infinitamente reveladoras sobre seu funcionamento interno. Um agradável vislumbre sobre a rotina do museu, que vai apresentando aspectos curiosos que rondam os mais variados membros e funcionários do museu, desde a equipe de serviço de limpeza, historiadores, administração e pessoas ligadas as engrenagens de seu funcionamento. Sua narrativa menos tradicional não gera um empecilho para a sua melhor compreensão, mas um atrativo inesperado brilhantemente executado.

Desprovido de constantes narrações em off dadas por uma voz marcante (geralmente concedida por uma figura pública e respectivamente famosa), “O Grande Museu” segue o conceito comum de um museu de arte que é a simples e objetiva contemplação do material. As imagens falam por si, e as circunstâncias retratadas são de fácil compreensão; seja nos aspectos mais triviais que ocorrem nas dependências das galerias (o trabalho duro de restruturação de salas para acomodar certas obras) ou nas tensões que rondam os profissionais que mantem o funcionamento e a excelência do que é apresentado no museu. Os pequenos dramas que cercam os funcionários são elevados por uma realização do documentarista Johannes Holzhausen de modo formidável. Transparente, revelador e, sobretudo, intensificado por uma captura certeira dos momentos. As ditas trivialidades ganham uma força na tela dignas de uma obra ficcional e elaborada para mover o espectador em emoções. Através de “O Grande Museu”, o documentarista Johannes Holzhausen expressa seu desejo de explicar o complexo desafio do funcionamento do Museu de Arte de Viena, ao mesmo tempo em que explícita o quanto semelhante são suas necessidades e desafios de mantê-lo igual a qualquer outro empreendimento de iniciativa privada independente do segmento.  

Nota:  7,5/10

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Carros do Cinema: Black Beauty (Besouro Verde, 2011)


Embora o filme "Besouro Verde", de 2011, não tenha sido um tremendo sucesso, gerando mais críticas negativas do que elogios, ele deixou um brilhante legado para a história do cinema. O imbatível carro que transporta a dupla de justiceiros interpretada por Seth Rogen e Jay Chou: um Chrysler Imperial 1965, dotado de metralhadoras, mísseis e lança chamas. Batizado de "Black Beauty", o clássico automóvel ganhou o status de ser a melhor coisa da produção estadunidense. O filme inspirado em um programa de rádio da década de 30, também já apareceu em uma série de televisão, em histórias em quadrinhos e outras mídias. Para fazer o filme foram usados 29 carros, sendo que apenas dois deles sobreviveram as filmagens. Tempos mais tarde, foram leiloados ao valor de lances que variaram entre 40 e 60 mil dólares.  

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Carros do Cinema: Batmóvel, Modelo 1989


Eu sempre fui fã dos carros clássicos. Dentre todos os sofisticados Batmóveis criados ao longo dos anos para a televisão e para o cinema, o automóvel adotado em "Batman", de 1989, no longa-metragem noir dirigido por Tim Burton e estrelado por Michael Keaton, Jack Nicholson e Kim Basinger sempre foi o que mais me agradou. Robusto, linhas que remetem a lembrança de um morcego e sua aparência indestrutível eram características que combinavam com a proposta que o filme vendia: uma arma de combate ao crime. Uma estrela a parte de um filme brilhante a sua maneira que se tornou um ícone pop tão fascinante quanto o seu proprietário. Réplicas dele são construídas por fãs do filme e comercializadas pelo mundo, onde muitas delas beiram a perfeição trazendo inclusive acessórios característicos do exemplar (metralhadoras de paintball é claro).