quarta-feira, 28 de março de 2018

Cobra Kai (2018)

segunda-feira, 26 de março de 2018

Enterrando "Ryan Reynolds" Vivo

Cartaz Alternativo de Dead Pool 2: Fan Art

quinta-feira, 15 de março de 2018

Crítica: A Síndrome de Berlim | Um Filme de Cate Shortland (2017)


Clare (Teresa Palmer) é uma fotógrafa australiana que esta de férias na Alemanha e se interessa por Andi (Max Riemelt), um gentil professor secundarista que mora na cidade de Berlim. Carismático, prestativo e atraente, facilmente uma química surge entre os dois. Após uma noite amorosa em seu apartamento, Clare descobre pela manhã que seu parceiro a trancou no apartamento e não tem a menor intenção de conceder a ela a liberdade novamente. “Síndrome de Berlim” (Berlin Syndrome, 2017) é um suspense psicológico escrito por Shaun Grant e dirigido por Cate Shortland. Baseado no romance de mesmo nome escrito por Melanie Joosten, tanto o título quanto o próprio enredo tem como referência a Síndrome de Estocolmo (uma condição que faz com que os reféns desenvolvam uma ligação emocional com seus sequestradores como uma estratégia de sobrevivência durante o cativeiro). Lançado no Festival de Sundance em 2017, o filme foi recebido pela crítica especializada de modo promissor. Entretanto em minha opinião, o material que preenche os 116 minutos de sua duração tem as suas deficiências, principalmente em seu desfecho, um veredito menos favorável ao resultado.


A Síndrome de Berlim” tem uma base de inspiração bastante interessante, mas também de contornos nebulosos e algumas nuances bastante complicadas de serem absorvidas com clareza pelo espectador. Algo que a meu ver se mostrou necessária muito antes do desfecho, que inclusive esperava algo mais impactante. Segundo a própria diretora Cate Shortland, o personagem de Andi procura buscar em plena era da internet em uma Alemanha Oriental romantizada de sua infância e aplica-la em sua vida como uma utopia. Algo no mínimo curioso como ao mesmo tempo desafiador. Imaginar o funcionamento de suas ações em relação a personagem de Clare no cotidiano são bastante difíceis pela forma como a própria produção apresenta. Um pesadelo logístico que ele próprio não demonstra estar encontrando muita satisfação. Digamos assim: “dá mais trabalho do que prazer”. Outra coisa: o cativeiro não é apenas o desejo de saciar a sua imaginária utopia de vida (com direito a constrangedoras sessões de fotos), mas ao longo do tempo, passa a ser o empurrão para a formação de um assassino frio. Algo com que ele pareceu saber lidar tranquilamente. Por isso que “A Síndrome de Berlim” em teoria é mais interessante do que na prática. Embora o elenco principal composto de rostos mais familiares do que de nomes conhecidos, cumpram magistralmente seus papeis apresentado desempenhos formidáveis, todo o enredo se mostra pouco claro.

A Síndrome de Berlim” garante uma premissa intrigante, uma boa dose de tensão e atuações geniais. Porém o filme é longo e de pouco ânimo, que ainda tem um desfecho que dependendo do espectador pode ser a sua glória ou sua desgraça. Se por um lado essa produção não caiu na armadilha de apresentar um final sanguinolento típico do cinema americano, a direção de Cate Shortland opta por algo pouco climático e sem brilho.

Nota:  6/10

segunda-feira, 12 de março de 2018

Crítica: Águas Rasas | Um Filme de Jaume Collet-Serra (2016)


Nancy Adams (Blake Lively) é uma jovem estudante de medicina que viaja com a ajuda de um morador local para uma paradisíaca praia isolada do México para surfar e refletir sobre a morte da mãe. Essa praia é a mesma que sua mãe esteve quando estava grávida dela. Mas a jovem acaba sendo atacada de surpresa por um enorme tubarão-branco e com ferimentos do ataque, ela apenas consegue refúgio em um recife de corais. Mas em uma luta contra o tempo, com a maré subindo e cercada pelo animal faminto, Nancy precisa de uma forma de sair da água antes que seja tarde. "Águas Rasas" (The Shallows,  2016) é uma produção estadunidense de drama, suspense e terror escrita por Anthony Jaswinski e dirigida pelo diretor espanhol Jaume Collet-Serra. Talentoso na criação de atmosferas tensas para seus filmes, Jaume Collet-Serra enfileira filmes surpreendentes com uma frequente parceria que tem feito com o talentoso ator Liam Nesson ("Desconhecido" de 2011; "Sem Escalas" de 2014; "Noite Sem Fim" de 2015 e "O Passageiro" de 2018), embora seu maior hit ainda seja "A Orfã" de 2009. Em "Águas Rasas" o diretor apenas aplica tudo que sabidamente é capaz de fazer e confecciona um bom filme de tubarão.


Sem querer ser mais do que é ou se prolongar mais do que é necessário, "Águas Rasas" tem a proporção e a forma de um produto que agrada muita gente. Em resumo: um filme de tubarão sem excentricidades cinematográficas e repleto de situações tensas que prendem a atenção do público. Ainda que não seja capaz de superar uma obra setentista como a Spielberg, também não faz feio como inúmeras outras que surgiram posteriormente com pretensões mais grandiosas. Conduzido com o estilo pessoal do diretor, montado de modo dinâmico e que aproveita bem a belíssima locação, Collet-Serra monta um thriller de suspense repleto de boas passagens onde a tensão e as expectativas dos espectadores são capazes de subir com a maré. Brilhantemente protagonizado pela atriz Blake Lively, bastante conhecida por seu trabalho na série "Gossip Girl", aqui ela surpreende ao conseguir segurar a atenção do espectador por seu desempenho com tão pouca história. Rendendo nas bilheterias cerca de sete vezes o valor de seu orçamento, Collet-Serra cria um exemplar de filmes de tubarão que concilia rentabilidade e competência no mesmo produto.

Por isso, "Águas Rasas" é uma sugestão boa de passar o tempo para quem gosta de uma boa história de luta pela sobrevivência temperada com cenas de tensão e medo. Longe de ser memorável, mas interessante de ser conferido.

Nota:  7/10

quinta-feira, 1 de março de 2018

Crítica: Perigo por Encomenda | Um Filme de David Koepp (2012)


Wilee (Joseph Gordon-Levitt) é um jovem que tem aversão ao modo de vida dos executivos e que trabalha (divertindo-se) ao entregar encomendas usando uma bicicleta pelas ruas de Nova York. Sua competência nessa área profissional chega a ser lendária no meio, como sua ousadia quase suicida no cumprimento de seu trabalho ao usar uma bike fixa (uma bicicleta sem freios). E essa ausência de freios na vida de Wille chamou a atenção Vanessa (Dania Ramírez), a qual mantém uma relação afetiva mal resolvida por conta disso. O que Wilee não imaginou foi que ao receber um envelope com uma preciosa encomenda, ele seria caçado por um policial corrupto chamado Bobby Monday (Michael Shannon), que vê no conteúdo do envelope a sua salvação para com suas dívidas de jogatina. Assim Wilee precisará de toda sua habilidade sobre a bicicleta para evitar que Monday não consiga sucesso em sua gananciosa atitude. “Perigo por Encomenda” (Premium Rush, 2012) é um thriller de ação e suspense difícil de ser categorizado em algum gênero. A essência do material é de natureza duvidosa, pois a soma dos elementos que a preenchem não o torna um filme de ação frenético, um thriller policial ou de uma simples comédia, apesar do humor estar bem distribuído em toda duração dessa fita. Embora tenha um pouco de tudo, nada é realmente bem realizado. Escrito e dirigido pelo irregular David Koepp (diretor de alguns poucos filmes e roteirista de dezenas de superproduções estadunidenses), o filme tem a seu favor muita atitude, dinâmica e uma boa história de ser contada por sua simplicidade, mas ao mesmo tempo carece de algo mais.

Poucas cidades do mundo tem a capacidade de dar vida e os contornos corretos para alguns enredos. A cidade de Nova York é sem dúvida nenhuma a mais capaz de todas as metrópoles do mundo para materializar certos projetos cinematográficos, pois proporciona à ambientação perfeita as mais simples das premissas ou o charme certo a mais complexa das tramas. Para o projeto de Koepp, a cidade de Nova York foi uma escolha mais do que certeira. Aos saudosos apreciadores de fitas como “Quicksilver” ou “American Flyers”, Perigo por Encomenda” é um prato cheio. De uma dinâmica arrojada que como o próprio diretor mencionou: Perigo por Encomenda” é uma espécie de “Velozes e Furiosos” que é realizado com bicicletas; o filme tem o seu brilho alavancado pelas locações bem enquadradas pela câmera e pela direção de fotografia transparente. Narrativa inicialmente fragmentada, montagem inteligente, frases de efeito, grandes atores compondo o elenco e um ritmo acelerado que possivelmente deixará o espectador menos atento, um pouco confuso, o filme se engrandece por questões técnicas e elaborativas. Se a rasa trama criada pelo diretor David Koepp em parceria com John Kamps não se destaca, ou não nos trás nada de realmente novo, o mesmo não se pode dizer da intensidade das poucas sequências de ação que habitam sua proposta de entretenimento ou do desempenho do elenco principal que cumpre seu papel dentro da medida e das pretensões desse projeto. Principalmente no desfecho onde o protagonista dá uma de Danny MacAskill sobre uma bike de Downhill (uma sequência inesperada). O ator Joseph Gordon-Levitt inclusive sofreu um acidente real durante as filmagens, que se pode acompanhar a certa altura dos créditos finais que demonstra o quanto é difícil realizar um projeto desse formato em uma cidade estruturalmente complexa para ciclistas que dividem apertadamente as ruas com pedestres e automóveis.

Assim sendo, “Perigo por Encomenda” é um bom filme de entretenimento, bem realizado e tecnicamente competente e que mesmo não tendo uma trama dotada da mesma genialidade de outros trabalhos de roteiro de Koepp, que até poderia ter dado mais gás a essa corrida de gato e rato travada pelo excelente ator Michael Shannon e pelo ator Joseph Gordon-Levitt, o filme tem o seu charme intensificado pelas locações majestosas da grande maça. No fim, “Perigo por Encomenda” se torna um bom programa para quem gosta ou não de pedalar. Mas não esqueça: as cenas e sequências de perseguição apresentadas nessa fita são realizadas por profissionais treinados.

Nota: 7/10