quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Cinefilia: Parte 3


Algumas rápidas impressões pessoais que não disponibilizavam de tempo para serem otimizadas:

1 – Mago das Mentiras (The Wizard of Lies, 2017) de Barry Levinson: Objetivo, didático e profundo. A obra concebida pela HBO não poderia ser mais relevante como material biográfico sobre a pirâmide do poder de Bernie Madoff que veio a público em 2008. Mais do que um filme sobre os fatos que rondam o crime, a câmera de Levinson captura de modo fantástico os efeitos das revelações sobre o golpista, sua família e seu futuro. Brilhantemente protagonizado por Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, trata-se de um filme imprescindível para quem aprecia histórias densas e bem contadas.

2 – Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars Episode VII: The Force Awakes, 2015) de J.J Abrams: É incrível como a extensão de algumas tradicionais franquias, embora não se elevam com o tempo, também não decaem de qualidade. Longe de ser um fã da franquia, não perco de conferir nenhum filme, como também nunca me decepcionei com o resultado de nenhuma nova empreitada. Do revolucionário seriado “Lost” a essa produção, muito tempo se passou e J.J. Abrams continua em alta. Ainda aprecio de modo conservador os dois primeiros filmes e sou um grande entusiasta sobre o sexto filme produzido (Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith, de 2005).

3 – Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One, 2016) de Gareth Edwards: Acompanhar a missão da Aliança Rebelde que planeja roubar os planos que desvendam os segredos para destruição da Estrela da Morte é fantástico. Embora eu nunca tenha sido fanático pela franquia “Star Wars”, para quem gosta de uma boa aventura intergaláctica esse é um exemplar imperdível. O filme é muito bom ao que se propõe.

4 – A Grande Muralha (The Great Wall, 2016) de Zhang Yimou: A ideia de aproveitar a popularidade mundial de Matt Damon, o talento de Zhang Yimou atrás das câmeras (responsável por filmes como “Herói” e “O Clã das Adagas Voadoras), tudo em um filme épico é muito boa. O filme nem tanto. Absorvido por efeitos visuais, essa produção carece de história e argumento.

5 – Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them, 2016) de David Yates: Bonito, divertido e que não faz feio diante da franquia Harry Potter. O problema é que o universo fantasioso do bruxinho nunca me cativou verdadeiramente, e por isso esse spin-off por mais que eu tenha gostado, mesmo com os eficientes e deslumbrantes efeitos visuais que recheiam sua narrativa ou pela trama interessante pela qual seu protagonista transita, eu não tenho interesse em revê-lo no futuro.

6 – A Múmia (The Mummy, 2017) de Alex Kurtzman: Qualquer impressão positiva que o espectador possa ter dessa produção, com certeza se deve a presença do Tom Cruise. O cara tem carisma. Em suma, não passa de um blockbuster desprendido de qualquer lógica voltado para agradar grandes plateias.

7 – Torre Negra (The Dark Tower, 2017) de Niolaj Arcel: Infelizmente, Stephen King já não é mais aquela garantia de sucesso como no passado.

8 – Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle, 2017) de Matthew Vaughn: Tem os mesmos contornos de seu antecessor (um refresco para o gênero de filmes de espionagem), mas não tem uma história igualmente fascinante como o primeiro. Segue a fórmula de seu sucesso, mas não consegue atingir o mesmo resultado.

9 – Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet od the Apes, 2017) de Matt Reeves: É o fechamento de uma trilogia tão fascinante quanto o primeiro filme de 2011. Genial!

10 – Rei Arthur: A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, 2017) de Guy Ritchie: Sou um grande fã do trabalho do ex-marido da cantora pop Madonna, porém esse filme deixou a desejar. O roteiro é uma viagem quase tão grande quanto à tentativa de Ritchie em aplicar seus maneirismos estéticos que marcam sua filmografia em uma aventura medieval. Errou feio nesse filme.

A Evolução do Cinema ao Som de George Harrison "My Sweet Lord"

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Cartaz Alternativo: Drive (Drive, 2011)

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Um Grande Momento: Batman - O Cavaleiro das Trevas

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Crítica: Os Aventureiros do Bairro Proibido | Um Filme de John Carpenter (1986)


"Os Aventureiros do Bairro Proibido" (Big Trouble in the China, 1986) é uma produção oitentista de terror soft que virou cult ao longo dos anos. Depois de dezenas de exibições em “Sessão da Tarde” e “Temperatura Máxima”, essa produção ainda e capaz de se mostrar tão divertida quanto no seu tempo. Obra que tem todas as características do cinema de segunda linha dos anos 80, esse filme acabou se destacando entre centenas de outras produções parecidas. Para qualquer um que tenha nascido na época é quase impossível não ter esbarrado com esse longa-metragem ao longo dos anos 90. Entretenimento escapista, cheio de furos de roteiro e que foi um fiasco de bilheteria da época ao tentar apresentar um material que bebia da mesma fonte de superproduções como "Indiana Jones" e "Goonies", "Os Aventureiros do Bairro Proibido" acabou se tornando o primo pobre que se destacou no presente futuro. Uma agradável alegoria cinematográfica. Suas pretensões e inspirações grandiosas que estão claras na própria trama quando no enredo fazem uma comparação ao clássico “Alice no País das Maravilhas” e ao próprio “Mágico de Oz”, propiciam engenhosos absurdos. Os contornos desse filme são da mais pura fantasia. Com uma trama cheia de marcações fantasiosas, o caminhoneiro Jack Burton (Kurt Russel), vai parar no bairro de Chinatown depois que a noiva de seu amigo é raptada por membros de uma gangue. Jack e seus amigos buscam recuperá-la antes que um mago chinês de 2000 anos consiga através dela sua ressurreição. Com um roteiro cheio de coisas bizarras - artes marciais, bruxaria, monstros de fantasia – vão dando o tom desse longa-metragem realizado nos moldes de outras produções do diretor John Carpenter.

"Os Aventureiros do Bairro Proibido" não é memorável por sua excelência, mas justamente por suas deficiências. Com uma produção feita a facão, cheia de bizarrices que beiram ao trash, onde monstros ridículos, efeitos especiais com direito a raios de luz saindo da boca e dos olhos por entidades malignas chinesas, neon por todos os cantos e muitas outras extravagâncias, acabou levando o filme a virar um clássico na memória de qualquer um que tenha nascido no final da década de 70. Dirigido pelo famoso John Carpenter, diretor de outros filmes iguais a esse que flertam com o terror e a fantasia sem deixar de lado o bom humor,  a história que acompanha Jack Burton entra para sua galeria de criações de personagens canastrões e paspalhos que até hoje divertem como nunca. Talvez a maior sacada do filme, seja mesmo seu protagonista, fazendo lembrar outras produções da época como "Tango e Cash", onde Russel no caso desse faz parceria com Sylvestre Stallone. Esse é outro filme que é pura diversão. Não é a toa que Russel foi parar nas graças de um cineasta como Quentin Tarantino, no filme “À Prova de Morte”, pois vários trabalhos de antigamente feitos por Russel tinham um contorno de Grindhouse por consequência"Os Aventureiros do Bairro Proibido" é tosco e datado, mas ainda assim memorável, tanto por suas limitações como por suas genuínas qualidades.


Nota: 7/10