terça-feira, 27 de junho de 2017

Crítica: Sr. Turner | Um Filme de Mike Leigh (2014)


Baseado nos últimos 25 anos de vida do famoso pintor britânico Joseph William Turner (1775-1851), um dos precursores do impressionismo, “Sr. Turner” (Mr. Turner, 2014) é um drama biográfico escrito e dirigido pelo inglês Mike Leigh (responsável por filmes como “Segredos e Mentiras”, de 1996, “Vera Drake”, de 2004, “Outro Ano”, de 2010, entre muitos outros mais). Filme premiado no Festival de Cannes, onde Timothy Spall recebeu por seu desempenho o prêmio de Melhor Ator em Cannes, esse longa-metragem também recebeu várias indicações ao Oscar (Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Designer de Produção e Melhor Figurino) na cerimônia 2015. A história retratada por Mike Leigh manteve-se brilhantemente focado na retratação dos pontos mais memoráveis da história de Joseph William Turner, como também na reconstituição do ambiente da aristocrática Inglaterra do século XIX. O cineasta cuidadosamente criou um filme biográfico bastante valoroso, que acompanha o trabalho soberbo do artista, mas que apesar de muito admirado, também geravam opiniões controversas na Academia de Artes, como o seu processo criativo e seu fascínio por paisagens arriscadas, às vezes muito difíceis de ser capturadas por seu olhar. Acima de tudo, Mike Leigh aborda a personalidade difícil de Turner, de homem temperamental, de poucas palavras e muitos grunhidos, que consequentemente refletiram negativamente em suas relações familiares, amorosas e sociais.

Sr. Turner” é um longa-metragem muito bonito de se ver, onde as indicações aos prêmios do Oscar são mais do que justas e suas derrotas quase que contraditórias se não fosse os seus difíceis concorrentes. Os cuidados conferidos a película são de um raro esmero, que inclusive renderam ao diretor de fotografia Dick Pope um prêmio especial dos jurados no Festival de Cannes por seu trabalho. Mas a beleza de “Sr. Turner” não é tão restrita a sua aparência, mas se encontra no conjunto de elementos e nos vários aspectos que foram retratados. Timothy Spall, ator que representa a figura histórica do artista é um dos grandes acertos dessa produção. Normalmente é lhe atribuído personagens secundários em outros filmes, porém aqui ele desempenha o papel principal com uma sólida competência que somente um ator experiente como ele seria capaz de desempenhar. Obviamente ajudado por elenco de apoio igualmente competente (Dorothy Atkinson, Marion Bailey, Lesley Manville, Ruth Sheen, James Norton, Robert Ashton-Griffiths) em harmonia com a atmosfera do período histórico que se passa os acontecimentos. Um pouco mais longo do que a maioria dos dramas que estão sendo realizados (150 minutos de duração), ainda assim “Sr. Turner” está bem recheado de muitas qualidades. Indicado para admiradores da arte e de bons filmes biográficos.

Nota:  7,5/10

6 comentários:

  1. Gosto dos trabalhos de Mike Leigh e de Timothy Spall, inclusive acabei de assistir a minissérie "A Assombração de Enfield" com o ator.

    Por outro lado, o tema deste "Mr Turner" não me chamou muito a atenção. A longa duração também passa a impressão de ser um filme cansativo. É apenas um palpite.

    Abraço

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    1. Já assisti outros filmes sobre artistas famosos, como Pollock, Picasso, Renoir... mas foi o filme biográfico sobre "Basquiat" que mais me agradou. Antigo, original e inspirador.

      abraço

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  2. eu amo esse filme, vivo revendo. achei bem interessante q vi depois a garota dinamarquesa. o protagonista expunha onde o turner avaliava. o meu post está aqui http://mataharie007.blogspot.com.br/2016/03/mr-turner.html

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    1. Preciso rever esse "Garota Dinamarquesa" para ver isso com mais atenção. Obrigado Pedrita.

      bjus

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  3. Marcelo, vou procurar esse filme.
    Adoro filmes baseados em histórias reais.
    Os atores não conheço.

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